Final Fantasy – Batalhas por turnos pode salvar a franquia?

Desde 1987, Final Fantasy é sinônimo de RPG japonês. São décadas de evolução, experimentação e divisões entre fãs. Em um momento, estamos encantados com o sistema ATB de FF7. No seguinte, criticando a “exagerada ação cinematográfica” de FF16. A verdade é que ninguém ama e odeia Final Fantasy tanto quanto seus próprios fãs.
Recentemente, reacendeu um velho dilema: será que a franquia deveria voltar ao bom e velho combate por turnos?
Isso tudo ganhou ainda mais força com o sucesso de Clair Obscur: Expedition 33, que chegou com força total e fez muita gente dizer: “é isso que Final Fantasy deveria ser hoje em dia.”
Mas será que é mesmo?
Clair Obscur mostra que turnos podem ser incríveis

Criado pela Sandfall Interactive, Clair Obscur é uma ode aos JRPGs dos anos 2000. Visualmente impactante, com personagens carismáticos e uma história densa que evolui com cada capítulo, o jogo traz o que muitos consideram “o sucessor espiritual” de Final Fantasy X.
O diferencial? Ele é totalmente por turnos, mas com ritmo acelerado e um sistema de defesa baseado em reflexo (parry), como em Persona 5. Isso cria batalhas que exigem atenção o tempo todo, fugindo do velho “aperta X até vencer”.
“É o tipo de experiência que os fãs antigos de Final Fantasy estavam pedindo há anos — mas talvez não seja o que a franquia precise agora.”
Evoluir também é parte da essência da franquia

Se a gente olhar com calma para a linha do tempo de Final Fantasy, vai perceber uma constante: a franquia nunca teve medo de mudar.
Veja só:
- FF7, 8 e 9 são todos com combates por turnos, mas nenhum joga como o outro. Cada um arrisca sistemas novos (materia, junction, equip skills).
- FF10 trouxe turnos mais estratégicos, com troca ativa de personagens em batalha.
- FF12 apostou em um sistema semi-automático com gambits.
- FF13 foi criticado na época, mas tinha uma das batalhas mais técnicas da série.
- FF15 e 16 mergulharam no combate de ação — amados por uns, odiados por outros.
Ou seja, a Square Enix sempre testou os limites da fórmula, mesmo sabendo que isso poderia dividir opiniões. E isso é bom.
Será que voltar aos turnos é regredir?
É claro que jogos como Clair Obscur mostram que o combate por turnos ainda pode ser moderno, dinâmico e emocionante. Mas será que a Square Enix precisa copiar isso?
Final Fantasy sempre foi sobre surpreender. Mesmo quando erra, ela erra tentando algo novo.
Se voltar aos turnos for parte de uma visão criativa ousada, ótimo. Mas voltar apenas por nostalgia pode ser uma armadilha.
O futuro é híbrido?

Talvez o caminho mais sensato esteja entre os extremos. Final Fantasy 7 Remake e Rebirth mostram como é possível misturar ação e estratégia, pausas e adrenalina. O jogador sente que está no controle, mas sem abrir mão do planejamento e do estilo.
É o melhor dos dois mundos? Talvez.
Mas uma coisa é certa: o espírito da franquia não mora no tipo de combate, e sim na sua vontade de arriscar.
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Final Fantasy precisa ser Final Fantasy
A gente ama o que Final Fantasy representa: mundos épicos, trilhas marcantes, personagens complexos e combates inesquecíveis. Mas o que faz essa série durar por décadas não é repetir fórmulas. É recriar expectativas.
Se no futuro os turnos voltarem com força — que seja com a mesma ousadia que sempre definiu a série. Até lá, seguimos acompanhando e torcendo por novas surpresas.
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