TRETA! Sega quase PROCESSOU a Atari! Entenda!

Todo gamer tem aquele jogo que marcou sua infância — mas também tem aqueles títulos que marcaram por serem… completamente desastrosos. E se a gente te contar que um dos piores jogos de luta da história surgiu como uma tentativa direta de copiar um dos maiores clássicos da Sega?
Essa é a história de Fight for Life, um jogo que nasceu como sombra de Virtua Fighter, tentou surfar no hype do 3D, quase gerou um processo e terminou como o “último suspiro” de um console fadado ao fracasso. Senta que lá vem história.
Quando Virtua Fighter virou o padrão a ser copiado
Em 1993, a Sega lançou Virtua Fighter nos arcades — e o impacto foi imediato. Com gráficos 3D, física realista e uma abordagem mais técnica aos combates, o jogo revolucionou o gênero de luta. Yu Suzuki, o criador, elevou o patamar, e a concorrência logo correu atrás.
Entre os que tentaram seguir esse novo padrão estava a Atari, que havia acabado de lançar seu novo console 64-bit, o Jaguar. A ideia era simples: criar seu próprio Virtua Fighter. E pra isso, a empresa trouxe ninguém menos que Francois Yves Bertrand, um ex-funcionário da Sega AM2.
Bertrand havia trabalhado diretamente em Virtua Fighter, Virtua Cop e Daytona USA, com foco em câmeras e colisões. Em tese, ele era a pessoa perfeita para liderar esse novo projeto. Mas na prática…
Fight for Life nasceu com problemas — e terminou pior ainda

O desenvolvimento começou em 1994. Bertrand estava encarregado de quase tudo: direção, design e programação. A Atari apostou alto no talento do francês, tentando vender a ideia de que Fight for Life seria o novo hit do Jaguar.
Só que os bastidores foram bem diferentes.
A produção sofreu atrasos, cortes de orçamento e, quando a Atari começou a demitir sua equipe, o jogo ainda estava longe de pronto. Bertrand chegou a negociar alguns meses a mais para “finalizar o que dava pra finalizar”, mas admitiu em entrevista que o jogo precisava de pelo menos cinco meses extras para ser realmente polido.
O resultado foi um jogo com animações travadas, controles desajeitados e personagens genéricos. GameFan, uma das revistas mais influentes da época, resumiu bem: “O último suspiro de um sistema terrível.”
Sega quase processou — mas o jogo era “ruim demais”
O que talvez seja mais curioso nessa história é o bastidor revelado anos depois por Kenji Aoyagi, em um blog de 1997. Segundo ele, a própria equipe da Sega AM2 ficou chocada ao ver fotos de Fight for Life, por serem visualmente muito próximas de Virtua Fighter.
A resposta imediata foi reunir materiais para um processo por plágio. Tudo estava encaminhado… até eles verem o jogo em movimento.
O comentário interno foi direto:
“Seria vergonhoso processar isso.”
Tetsuya Kaku, desenvolvedor de Virtua Fighter
As animações eram tão ruins que a equipe da Sega desistiu da ação judicial, com medo de que o processo desse mais visibilidade a um jogo claramente inferior. A piada virou interna, e o “clone malfeito” ficou marcado como uma tentativa frustrada de copiar um mestre.
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Um fim melancólico para o Jaguar
Fight for Life acabou sendo o último jogo lançado oficialmente para o Atari Jaguar, encerrando a vida do console com um gosto amargo. Mesmo com boas ideias e o envolvimento de um veterano da Sega, o game nunca conseguiu entregar o que prometia.
Hoje, ele é lembrado mais como uma nota de rodapé da história dos games — um lembrete de que, por melhor que seja a inspiração, falta de tempo e recursos ainda são os maiores vilões do desenvolvimento de jogos.
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