Porque Resident Evil sempre foi um DESASTRE no live action?

A franquia Resident Evil é uma das mais icônicas e influentes do mundo dos videogames, conhecida por suas histórias de terror, sobrevivência e combate a criaturas monstruosas. No entanto, quando chegou a hora de adaptar esse sucesso para filmes e séries live action, a magia pareceu se perder.

Mas por que as adaptações live action de Resident Evil não conseguem capturar o mesmo impacto dos jogos? Vamos explorar essa questão.

A primeira tentativa: O filme de George Romero

Em 1997, a Constantin Film adquiriu os direitos para produzir um filme de Resident Evil, apenas um ano após o lançamento do primeiro jogo. A primeira pessoa contratada para escrever o roteiro foi ninguém menos que George Romero, o lendário diretor conhecido como o criador do zumbi moderno.

Sua adaptação prometia ser fiel ao jogo original, com personagens como Chris Redfield, Jill Valentine, e Albert Wesker. No entanto, o roteiro foi considerado “muito pesado” pelos produtores, e Romero foi dispensado. Em seu lugar, entrou Paul W. S. Anderson, que tomou a decisão radical de afastar o filme dos jogos.

O caminho de Paul W. S. Anderson

YouTube player

Quando Paul W. S. Anderson assumiu o projeto, ele trouxe um roteiro que já havia escrito antes de ter os direitos de Resident Evil. O resultado foi um filme que, embora incluísse elementos como a Umbrella Corporation e o T-Vírus, se desviou significativamente da trama dos jogos.

A protagonista era Alice, uma personagem completamente nova, e o filme introduziu elementos de “Alice no País das Maravilhas”, como, por exemplo, a inteligência artificial Rainha Vermelha. Apesar das críticas, Resident Evil: O Hóspede Maldito (2002) teve sucesso suficiente para gerar uma franquia cinematográfica.

Desvios cada vez maiores

Imagem: Sony Pictures

À medida que os filmes de Resident Evil continuavam, a desconexão com os jogos só aumentava. Resident Evil: Apocalipse (2004) trouxe personagens conhecidos como Jill Valentine e Nemesis, mas o foco permaneceu em Alice, que assumiu um papel de super-heroína com habilidades exageradas.

O terceiro filme, Resident Evil: A Extinção (2007), levou a franquia para um cenário pós-apocalíptico, algo que nunca ocorreu nos jogos, transformando Resident Evil em algo mais próximo de The Walking Dead.

Esses desvios alienaram muitos fãs dos jogos, que viam seus personagens favoritos sendo ofuscados por uma protagonista que nem sequer fazia parte do universo dos games. Além disso, a inclusão de elementos como clonagem e reviravoltas absurdas só serviu para afastar ainda mais as adaptações da essência do que é Resident Evil.

Tentativas de Reboot e novos fracassos

YouTube player

Após o término da saga de Alice, a Constantin Film tentou recomeçar com Resident Evil: Bem-Vindo à Raccoon City (2021). Este filme prometia ser mais fiel aos jogos, adaptando os eventos de Resident Evil 1 e 2.

No entanto, o resultado foi decepcionante. A mistura das tramas dos dois primeiros jogos, a caracterização fraca dos personagens e uma Raccoon City que mais parecia uma cidade fantasma contribuíram para mais um fracasso.

Para piorar, a série de Resident Evil na Netflix, lançada em 2022, foi amplamente criticada por sua trama desconexa, incluindo um Wesker pai de família e um cenário pós-apocalíptico que mais uma vez se afastava do material original.

Por que Resident Evil não funciona em Live Action?

A principal razão parece estar na falta de compreensão dos produtores sobre o que torna Resident Evil especial. A Constantin Film, que detém os direitos da franquia, aparentemente não entende os elementos-chave que os fãs dos jogos amam: a atmosfera de terror, a tensão da sobrevivência, e a narrativa complexa e envolvente.

Em vez disso, eles transformaram Resident Evil em uma série de filmes de ação genéricos, mais focados em explosões e acrobacias do que no medo e na tensão que definem os jogos.

Além disso, ao criar personagens como Alice e dar a ela o protagonismo, os filmes acabam ignorando os heróis já estabelecidos nos jogos, o que frustra os fãs que querem ver seus personagens favoritos em ação.

Leia mais:

O futuro de Resident Evil nos Live Actions

Para que Resident Evil tenha sucesso em futuras adaptações live action, duas coisas precisam acontecer: ou a Constantin Film entrega os direitos a um estúdio que compreenda e respeite o material original, ou eles contratam pessoas que são verdadeiramente fãs da franquia para liderar as produções. Só assim poderemos ver uma adaptação que faça justiça ao legado de Resident Evil.

Até lá, talvez seja melhor que a franquia permaneça no mundo dos jogos e dos filmes animados, onde sua essência pode ser preservada e apreciada pelos fãs que a tornaram tão icônica.

Comentários estão fechados.