Palworld vs. Pokémon: Pocketpair rebate processo da Nintendo

A polêmica entre a Nintendo e a desenvolvedora japonesa Pocketpair ganhou um novo capítulo, e agora o embate judicial em torno de Palworld pode se tornar um caso emblemático sobre direitos de mecânicas em jogos.

No ano passado, a Nintendo e a The Pokémon Company entraram com um processo contra a Pocketpair no Japão, alegando que Palworld infringe três patentes relacionadas à captura de monstros, todas registradas entre fevereiro e julho de 2023 — pouco antes do lançamento oficial do jogo, que chegou em janeiro de 2024.

Agora, documentos revelados pelo portal Gamesfray mostram a estratégia da defesa da Pocketpair: a empresa argumenta que essas patentes não deveriam nem ter sido concedidas, já que as mecânicas em questão já existiam em diversos jogos anteriores.

Imagem: Pocketpair

A defesa: “Isso já existia antes”

Nos chamados “preparatory briefs”, enviados em fevereiro, a Pocketpair afirma que a mecânica de capturar monstros usando outros monstros ou itens lançáveis já havia sido implementada anteriormente em seu próprio jogo Craftopia.

Além disso, o estúdio apresentou uma lista de diversos jogos que, segundo eles, já utilizavam as mesmas ideias muito antes de os registros da Nintendo serem protocolados. Entre os exemplos citados estão:

  • Rune Factory 5
  • Titanfall 2
  • Pikmin 3 Deluxe
  • Far Cry 5
  • Tomb Raider
  • Octopath Traveler
  • Monster Super League
  • Final Fantasy XIV
  • Nukamon mod de Fallout
  • Monster Hunter 4G
  • Nexomon

A defesa reforça que todos esses títulos mostram interações semelhantes com monstros, objetos arremessáveis, e sistemas de captura com diferentes níveis de sucesso, o que, segundo o estúdio, invalida a exclusividade pretendida pelas patentes da Nintendo.

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Nintendo busca indenização milionária

A Nintendo e a The Pokémon Company estão pedindo 5 milhões de ienes (cerca de R$ 165 mil) de cada empresa envolvida, além de juros por atraso.

Embora o valor não seja alto para os padrões da indústria, o caso pode criar um precedente jurídico significativo sobre o que pode — ou não — ser patenteado em jogos eletrônicos.

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Sucesso rápido, pressão rápida

Palworld foi lançado em acesso antecipado via Steam e Xbox Game Preview, e em apenas um mês já havia alcançado 25 milhões de jogadores, segundo a própria Pocketpair. O sucesso meteórico do jogo — que mistura captura de criaturas com tiroteios e sobrevivência — rapidamente atraiu comparações (e críticas) por sua semelhança visual com Pokémon.

No entanto, a defesa da Pocketpair deixa claro que a disputa vai além da aparência. O cerne da discussão está na originalidade das mecânicas de gameplay, e se tais interações são passíveis de exclusividade legal.

Com os documentos revelados e o caso em andamento, tudo indica que a disputa entre as gigantes vai render muitos capítulos. E talvez, ao final dela, o mercado de games nunca mais seja o mesmo.

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