Todo ano, um monte de jogos novos chega ao mercado, trazendo interpretações variadas de formatos já conhecidos. Um desses títulos é The Alters, da 11 Bit Studios. À primeira vista, parecia apenas mais um jogo de sobrevivência ambientado no espaço, com personagens que são clones. A premissa lembra um cruzamento entre No Man’s Sky e o filme Moon, com um toque peculiar e um certo charme.
O que ninguém esperava é que esse jogo inusitado se tornaria um dos melhores do ano. Assim como seu protagonista, Jan Dolski, The Alters apresenta múltiplas camadas de narrativa e experiência.
No início, é uma aventura sólida de sobrevivência. Você explora um planeta misterioso e, às vezes, hostil, coletando recursos e sempre buscando uma forma de resgate. Mas, à medida que Jan começa a criar cópias de si mesmo, o jogo muda completamente. Em vez de ser só um survival, ele se transforma em uma mistura de simulação social e uma sessão de terapia.
Cada um dos 11 Jans tem uma personalidade distinta, todos dublados de forma brilhante por Alex Jordan. Essa variedade de “Jans” explora diferentes escolhas de vida, refletindo o mesmo homem sob diversas possíveis realidades. É um ensaio existencial, mas de um jeito muito mais divertido do que parece.
O que realmente destaca The Alters é o roteiro bem elaborado e a forma nova de abordar um clichê da ficção científica. O jogo tem muito coração; você se importa com Jan e suas cópias, e à medida que a história testa os laços entre esses diferentes eus, torna-se impossível não se envolver emocionalmente.
E não dá para deixar de mencionar a parte de construção de base. Sua casa improvisada se torna um desafio interessante de gerenciamento de inventário. Cada novo item que você adiciona força uma reorganização do espaço, criando um quebra-cabeça constante que vai agradar muito aos fãs de jogos como Resident Evil 4.
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