Monetização deixa os jogos mais divertidos, afirma Ubisoft

A Ubisoft acaba de publicar um relatório anual com mais de 400 páginas, detalhando tudo sobre sua estrutura, finanças, visão de mercado e, claro, como vê a monetização nos games. Em meio a números e gráficos, um ponto específico vem chamando a atenção — e até causando risos entre alguns jogadores.
Segundo a própria empresa, a “regra de ouro” nos jogos premium é permitir que o jogador desfrute de todo o conteúdo sem precisar gastar mais dinheiro. Ao mesmo tempo, a Ubisoft acredita que as microtransações são um mecanismo para tornar a experiência mais divertida.
Sim, você leu certo. De acordo com o documento, os itens pagos — como skins ou aceleradores de progresso — “enriquecem a experiência do jogador”, desde que sejam opcionais, justos e equilibrados.
Monetização com “bem-estar do jogador” em primeiro lugar

Num trecho ainda mais ambicioso, a Ubisoft afirma que a segurança e o bem-estar dos jogadores estão acima de tudo. Por isso, diz adotar mecanismos responsáveis de monetização, com foco em transparência e equilíbrio entre diversão e engajamento.
No papel, a lógica faz sentido: permitir que o jogador personalize seu avatar ou avance mais rápido, sem obrigá-lo a gastar, parece uma abordagem equilibrada. O problema é que nem sempre a execução condiz com o discurso.
Jogadores veteranos certamente se lembrarão de títulos da própria Ubisoft em que a progressão parecia intencionalmente mais lenta — a ponto de incentivar a compra de “boosters”.
Personalização ou pay-to-skip disfarçado?

É claro que boa parte da comunidade gamer já está mais do que acostumada a ver microtransações em jogos AAA, mas a tentativa de pintar esse modelo como algo que “aumenta a diversão” levanta questionamentos legítimos.
Afinal, se o conteúdo é realmente opcional, por que tantos jogos são projetados com mecânicas que incentivam o gasto real? Será mesmo que a experiência é pensada para ser completa sem esses extras, ou eles são parte oculta do design desde o início?
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Transparência ou marketing?
No fim das contas, o relatório da Ubisoft mostra como as grandes publishers estão tentando reformular a imagem das microtransações — trocando o rótulo de “conteúdo extra pago” por “experiência personalizada e divertida”.
Mas para muitos jogadores, a verdadeira diversão continua sendo pagar uma vez e jogar tudo. Sem barreiras. Sem atalhos pagos. Sem loops de grind artificial.
O tempo dirá se a Ubisoft conseguirá equilibrar esses interesses — ou se a “regra de ouro” vai acabar soando só como ouro para os acionistas.
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