Dead Island 2: atraso de 8 anos salvou a franquia, revela ex-dev

Dead Island 2 é um caso raro na indústria: um jogo que passou quase 10 anos em desenvolvimento turbulento e, ainda assim, conseguiu ser bem recebido tanto pela crítica quanto pelos jogadores. Em um painel recente no evento Develop:Brighton, Martin Wein, ex-chefe de comunicações da Deep Silver, compartilhou bastidores inéditos sobre o longo e conturbado processo de criação do jogo.
Segundo Wein, o atraso de quase uma década foi, na verdade, uma decisão estratégica para salvar a franquia. “A gente poderia ter lançado um jogo ruim em 2015. Talvez até desse algum lucro, mas teria acabado com Dead Island de vez”, afirmou.
“Aquele jogo era horrível”
Wein relembra que tudo começou com um trailer de grande impacto na E3 de 2014, que elevou as expectativas para o jogo. No entanto, pouco tempo depois, a primeira versão jogável desenvolvida pelo estúdio Yager entregou um resultado decepcionante.
Cerca de 3 a 4 semanas depois, tivemos um marco importante com o estúdio de desenvolvimento que estava responsável na época. E, cara, aquele jogo era horrível.
Não tinha nada do que tornava o Dead Island original realmente divertido. Encomendamos um playtest e recebemos um feedback horrível. Então sentamos com a equipe de desenvolvimento e perguntamos: “Ok, qual é o plano de ação?” E eles disseram: “Deixa com a gente”.
Martin Wein, ex-chefe de comunicações da Deep Silver
Foi nesse ponto que a Deep Silver decidiu cortar relações com a Yager e buscar um novo estúdio. Após várias trocas — que incluíram Sumo Digital e finalmente a Dambuster Studios — o jogo só foi lançado em 2023, quase uma década depois do anúncio original.
Leia mais:
- PS Plus – Dead Island 2, Dino Crisis e outros CONFIRMADOS para Outubro
- Surpresa no Xbox Game Pass: Dead Island 2 já está disponível
- ÚLTIMA CHANCE! “Dead Island: Riptide Definitive Edition” grátis na Steam!
- Guia essencial para dominar Dead Island 2: Sobrevivência e estratégia
A aposta compensou

Apesar dos obstáculos, Dead Island 2 foi lançado com sucesso e rapidamente se tornou um dos best-sellers do ano, com elogios ao sistema de combate visceral, ambientação em mundo aberto e humor ácido. Wein afirma que a decisão de reiniciar o projeto foi difícil, mas necessária:
Às vezes, é preciso tomar decisões difíceis. Porque, naquele ponto, a gente poderia ter lançado um jogo ruim. Talvez rendesse algum dinheiro, mas teria matado a franquia.
Acho que, naquele momento, a Deep Silver fez a coisa certa, e Dead Island 2 acabou sendo um sucesso comercial. Porque eles deram esse passo e disseram que precisavam fazer um jogo que fosse adequado para o jogador.
Martin Wein, ex-chefe de comunicações da Deep Silver
Dead Island 2 foi o primeiro título da franquia desde Dead Island: Riptide (2013) e, para muitos fãs — incluindo este que vos escreve —, valeu cada minuto de espera.
Seja pela engine de destruição realista ou pela jogabilidade cômica e sangrenta, o game mostrou que franquias esquecidas também podem dar a volta por cima.
Comentários estão fechados.