Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 – Vale a pena?

Depois de anos de adiamentos e polêmicas, Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 finalmente chegou — mas o resultado está longe do que os fãs esperavam. O novo título da The Chinese Room tenta reviver a atmosfera sombria e intrigante do clássico de 2004, mas tropeça em praticamente todos os aspectos que tornaram o original tão marcante.

Nos primeiros momentos, o jogo até dá a impressão de que pode surpreender. A ambientação em Seattle é rica em detalhes e a narrativa parece promissora. Porém, conforme a história avança, a ilusão se desfaz: as decisões do jogador têm pouco impacto real, a progressão é rasa e a estrutura de RPG praticamente desaparece.

RPG sem profundidade e escolhas sem peso

Embora Bloodlines 2 apresente múltiplas opções de diálogo, apenas duas ou três escolhas realmente influenciam o desfecho da história. O sistema de relacionamento, que lembra os jogos da Telltale, dá a falsa sensação de impacto, mas as consequências nunca se concretizam.

A personalização do personagem também deixa a desejar. Apesar de poder escolher um clã vampírico, as habilidades são desbloqueadas rapidamente e a sensação de evolução desaparece já nas primeiras horas. O jogo limita demais o protagonismo do jogador, transformando o vampiro Phyre em uma figura quase estática dentro do próprio enredo.

Flashbacks cansativos quebram o ritmo

Um dos elementos mais criticados é a presença de longos flashbacks jogáveis com o personagem Fabien, um detetive dos anos 1920 preso na mente da protagonista. Esses trechos são arrastados, repetitivos e sem qualquer agência do jogador, interrompendo constantemente o ritmo da narrativa.

A cada capítulo, o game força o jogador a reviver essas memórias, o que acaba minando completamente o envolvimento com a história principal.

Combate promissor, mas sufocado por bugs

No que diz respeito à ação, há lampejos de qualidade. O combate corpo a corpo é fluido, e as habilidades de cada clã trazem variedade às lutas. No entanto, o sistema sofre com inimigos mal balanceados, encontros frustrantes e, o pior de tudo, queda severa de desempenho.

Em consoles como o PS5 e PS5 Pro, o jogo apresenta travamentos frequentes e quedas drásticas de frame rate, prejudicando até mesmo a resposta dos comandos. É um nível de instabilidade técnica comparável aos piores lançamentos problemáticos da geração passada.

Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 tenta capturar a essência do original, mas acaba se perdendo em um mar de decisões equivocadas, performance desastrosa e falta de profundidade. Apesar de alguns momentos narrativos interessantes e uma atmosfera fiel ao universo da franquia, o jogo falha em entregar uma experiência digna de seu legado.

Um título que, infelizmente, morde mais do que consegue mastigar.

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