Unicorn Overlord emerge como uma joia no gênero de RPG tático, não apenas por sua abordagem autoral marcante, mas também pela complexidade e profundidade que oferece aos jogadores. Desenvolvido pela Vanillaware em parceria com a Atlus, este título se destaca em um ano já repleto de lançamentos memoráveis no universo dos RPGs. Embora o Japão tenha sido o centro das atenções com títulos como Persona 3 Reload e Final Fantasy VII Rebirth, Unicorn Overlord chama a atenção por seu estilo único e engajamento narrativo, mesmo para um estúdio conhecido por suas obras profundamente autorais.
No coração de Unicorn Overlord está a história de Alain, filho legítimo da rainha Ilenia, em sua jornada para retomar o trono de Cornia e libertar o continente de Fevrith do controle do traidor Valmore, que mais tarde se revela como Galerius. Esta trama clássica de traição e busca por justiça serve de pano de fundo para um jogo que se aprofunda nas motivações e personalidades de um elenco diversificado de personagens.
Um dos pontos altos do jogo é a maneira como humaniza seus personagens. Alain pode recrutar mais de 60 combatentes, cada um com sua própria história, crenças e ambições. O sistema de relacionamento, reminiscente de Fire Emblem, permite que os jogadores desenvolvam laços com seus companheiros, desbloqueando itens, conversas adicionais e revelando camadas da lore do jogo. Esta abordagem dá a cada personagem uma sensação de singularidade e profundidade raramente vista em outros títulos do gênero.
O combate em Unicorn Overlord se diferencia por sua mistura de RTS e mecânicas tradicionais de RPG tático. Ao invés de limitar o movimento a casas de um tabuleiro, as batalhas ocorrem em tempo real, com ações planejadas previamente pelos jogadores. Este sistema proporciona uma camada adicional de estratégia e planejamento, exigindo que os jogadores considerem cuidadosamente cada movimento e habilidade antes do confronto iniciar.
Um ponto de atenção para o público brasileiro é a ausência de localização para o português, o que pode tornar o acesso à rica história e ao sistema de combate um desafio considerável. A linguagem arcaica e rebuscada empregada no jogo exige dos jogadores uma compreensão elevada do inglês para aproveitar plenamente a experiência que “Unicorn Overlord” tem a oferecer.
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Unicorn Overlord prova que é possível ser inovador e autoral em um gênero saturado de fórmulas repetidas. Com sua história envolvente, personagens profundamente desenvolvidos e um sistema de combate que quebra paradigmas, o jogo se estabelece como um título obrigatório para fãs de RPG táticos. A Vanillaware, mais uma vez, entrega uma obra que não só desafia as expectativas, mas também enriquece o gênero com sua visão criativa e paixão narrativa.
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