Ubisoft vai pegar de volta os jogos digitais que os jogadores compraram?

Recentemente, uma prática preocupante tem surgido no mercado de games: empresas tentando retirar jogos já comprados das contas dos usuários. A princípio, a única empresa que demonstra claramente esse tipo de interesse é a Ubisoft. Porém, se isso se tornar uma tendência, pode se espalhar para outras empresas, o que é definitivamente preocupante para os jogadores.

Essa não foi a primeira vez que esse tipo de controvérsia é mencionada, envolvendo a própria Ubisoft. No passado, a dona de Assassin’s Creed optou pela polêmica prática de excluir contas inativas de seus usuários. Mesmo aquelas com jogos já comprados pelos jogadores. Os donos dessas contas reclamaram, uma vez que, mesmo sem jogar naquele momento, mesmo assim eles gastaram dinheiro para ter aqueles jogos. A ideia é ter eles permanentemente disponíveis para eles acessarem quando quiserem. As reclamações dos jogadores fez a Ubisoft voltar atrás na decisão.

Agora, algo semelhante está acontecendo. Nenhuma conta está sendo excluída ou jogos estão sendo removidos das bibliotecas, pelo menos até o momento. Mas os comentários do diretor de assinaturas da Ubisoft, Philippe Tremblay, é motivo de preocupação. Segundo ele, em um comentário dado durante uma entrevista, “os jogadores devem se acostumar com o fato de que eles não possuem seus jogos”. O que ele quer dizer é que, mesmo comprando a mídia digital, os jogos não pertencem aos seus jogadores. O que eles compram não são os jogos, mas sim a licença para jogá-los.

Suas intenções em dizer essas palavras, aparentemente, é para convencer os jogadores a deixar de comprar os jogos digitais e simplesmente realizar a assinatura do serviço de streaming Ubisoft+, que dá aos jogadores acesso a todos os jogos da empresa.

Esse tipo de pensamento de alguém com um cargo tão alto dentro de uma empresa de games é motivo de preocupação. Pois corre o risco de outros empresários pensarem o mesmo, e começarem a implementar esse tipo de movimento em seus próprios produtos. Afinal, a Ubisoft não é a única empresa que possui um serviço de assinatura. A EA, por exemplo, tem o EA Play. E claro, tem os já conhecidos Game Pass da Microsoft e PS Plus da Sony.

O maior problema disso é em relação aos preços. Jogadores pagam muito caro para conseguir os seus jogos, independente de ser mídia física ou digital. Esse tipo de situação coloca em cheque o quão vale a pena comprar jogos digitais, mesmo em valores promocionais. Pois comprando os jogos em mídia digital, você corre o risco das empresas simplesmente removerem eles das suas bibliotecas. As vezes sem você sequer perceber, caso passe muito tempo sem acessar o jogo.

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Essa situação levanta questões importantes sobre os direitos de propriedade digital e a segurança dos investimentos dos jogadores em jogos digitais. Será que realmente vale a pena continuar comprando jogos digitais? Devemos voltar a dar preferência à mídia física? Ou o caminho é realmente ceder aos serviços de assinatura? Essas questões estão longe de serem respondidas no momento.

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