Todo mundo vai amar: análise de Everybody’s Golf para PS5

Everybody’s Golf é uma daquelas franquias que muitos associam ao PlayStation, e não é à toa. Ela tem estado presente em cada console desde o início. Mas agora, a responsabilidade pelo lançamento mais recente, Everybody’s Golf: Hot Shots, passou para a desenvolvedora HYDE, já que a Clap Hanz não está mais com a Sony. Essa é a primeira vez que a série chega a múltiplas plataformas, algo que traz tanto expectativas quanto dúvidas.

Depois de jogar, posso dizer que, embora o jogo mantenha muitos dos elementos que os fãs adoram, ficou um pouco aquém do que esperávamos. Os controles são simples e a apresentação leve continuam lá. Afinal, o jogo ainda oferece aquela experiência de golfe familiar, mas alguns detalhes podem surpreender.

Uma das mecânicas principais para dar as tacadas é clicar no botão várias vezes em um tempo certo, o que demanda um pouco de treino. É sempre legal acertar a bola do jeito que você planejou, seja no tee off, em uma aproximação ou na hora de colocar a bola no buraco. No entanto, algumas falhas, como a taxa de quadros variável — que deveria ser 60, mas muitas vezes fica abaixo — tornam o uso do medidor de golpes um pouco frustrante. Isso é crucial, pois a forma como você julga a potência e a precisão da sua tacada é um dos pontos mais importantes do jogo.

Apesar de ser aceitável na maior parte das vezes, essa inconsistência pode realmente irritar, especialmente quando mal conseguimos prever como cada tacada vai se comportar. A física da bola também deixa a desejar e, para os fãs mais fervorosos, algumas mudanças nos controles, como a aplicação de spin, podem ser um desapontamento. Para compensar, há sempre a opção de voltar a um esquema de controle mais clássico.

A estética do jogo é charmosinha, com as letras grandes que aparecem quando você faz um bom ou mau golpe sendo sempre divertidas. Os personagens engraçados e os comentários do caddie mantêm a atmosfera leve e descontraída. Mas, nem tudo são flores: algumas vozes podem ser irritantes, especialmente quando todas se sobrepõem. A conversa entre os personagens acaba distraindo na hora em que você precisa focar.

Em termos de gráficos, a série nunca se destacou muito, mas eles estão até piores neste título, com aliasing e texturas de baixa qualidade. Não chega a ser um motivo para não jogar, já que, no geral, o visual é aceitável e os novos eventos noturnos dão uma variada, mas o jogo parece um pouco irregular, considerando seu estilo artístico simples.

Apesar desses pontos negativos, Hot Shots continua sendo uma experiência divertida e acessível, com modos variados. O Modo Desafio, que mistura personagens novos e antigos, traz torneios com diferentes dificuldades. No Modo Tour Mundial, cada personagem tem um pequeno arco narrativo, mostrado em conversas que intercalam o jogo. É uma história bem básica, que apenas serve de pano de fundo para os desafios.

Um detalhe é que para desbloquear todos os personagens e campos, você vai precisar investir horas jogando. Cada personagem tem estatísticas individuais e pode ser equipado com diferentes tacos e bolas para especializar os golpes. Além disso, eles possuem um "Golpe Especial", que pode dar uma vantagem em certas situações. Então, por exemplo, Aile, um dos personagens iniciais, pode garantir acertos de chip-in, caso você esteja jogando para empatar.

Entre os modos já conhecidos, teremos algumas novidades, como os novos modos de Golfe Maluco, que adicionam uma pegada de festa ao jogo. Um dos modos coloridos aplica uma grade sobre o campo, onde cada quadrado pode ter efeitos diferentes e influenciar o resultado do jogo. Por exemplo, um quadrado azul pode melhorar o clima, enquanto um vermelho pode soltar uma bomba que afasta a sua bola.

Esses modos são maneiras divertidas de interagir com o jogo, mas é improvável que superem a experiência tradicional que muitos procuram. No geral, Everybody’s Golf: Hot Shots é um pacote razoável, que toca muitos dos pontos esperados. No final das contas, o jogo ainda é atraente para o público casual, mesmo que falte aquele polimento que tornaria a experiência verdadeiramente memorável.

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