System Shock 2: análise do remaster 25 anos (PS5)

System Shock 2: 25th Anniversary Remaster traz uma homenagem do Nightdive Studio ao icônico jogo de 1994. Essa nova versão oferece uma atualização técnica necessária, além de muitos extras que tornam a experiência ainda mais interessante. Mesmo após quase três décadas, System Shock 2 continua impressionante, embora algumas mecânicas que foram inovadoras na época possam parecer um pouco datadas hoje.

O jogo foi co-desenvolvido pelos estúdios Looking Glass e Irrational Games. O designer Ken Levine, que estava por trás de muitos conceitos que se tornaram clássicos em System Shock 2, como hacking, hipos, gravadores de áudio e chaves (wrenches), refinou essas ideias em sua obra-prima espiritual, BioShock. Mas antes de Rapture, havia uma série de ficção científica que lidava com a inteligência artificial maligna chamada SHODAN e uma nave espacial chamada Von Braun, que estava tomada por uma entidade psíquica conhecida como Many.

No jogo, você assume o papel de um soldado que acorda sem memória a bordo da Von Braun. A nave, como mencionado, foi invadida por criaturas deformadas. Sob a orientação de uma figura misteriosa, você tentará restaurar a energia de sistemas essenciais, enfrentando uma narrativa cheia de reviravoltas e um toque de loucura — especialmente se você já conhece o estilo de Levine.

Uma das diferenças marcantes de System Shock 2 em relação à série BioShock é que ele se inclina mais para o gênero RPG. Ao começar, você pode personalizar seu personagem escolhendo um perfil de serviço — você pode ser um Marine focado em combate, um técnico da Marinha ou um Agente OSA com poderes psíquicos. Além disso, durante o jogo, você poderá moldar seu personagem ao escolher diferentes histórias que oferecem bônus em atributos variados, influenciando até o equipamento inicial.

O nível de dificuldade é outro aspecto que chama atenção em System Shock 2. No modo "Normal", os inimigos causam danos impressionantes e ressurgem com frequência, tornando a exploração um desafio e, em vários momentos, bastante frustrante. Há um recurso limitado de auto-salvamento, mas é aconselhável confiar em salvamentos manuais na maior parte do tempo.

A jogabilidade envolve principalmente batalhas contra inimigos, busca por itens e a descoberta de objetivos para avançar na história. A atmosfera e a narrativa ambiental, unidas a um bom número de gravadores de áudio, fazem da Von Braun um cenário cativante. A viagem pela nave exige retornos a áreas já visitadas, o que proporciona uma sensação de familiaridade ao passar pelas diferentes partes da história.

Em termos gráficos, mesmo com a remasterização, System Shock 2 ainda revela sua idade. Alguns sistemas, como o inventário e as mecânicas de mira, já estão ultrapassados. Durante a minha jogatina, precisei desligar a música completamente, embora alguns possam gostar dela. A combinação da techno sombria dos anos 90 com os gritos assustadores dos inimigos me fez sentir como se estivesse em uma crise de ansiedade.

System Shock 2: 25th Anniversary Remaster é uma excelente maneira de revisitar um dos jogos mais influentes já criados. Apesar de alguns aspectos não terem envelhecido bem e poderem ser frustrantes, a narrativa envolvente e a jogabilidade sólida, repletas de arte e recursos do desenvolvimento, tornam essa experiência digna da atenção de qualquer fã.

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