Prime Gaming quis superar a Steam, mas falhou

Quando a Amazon resolveu entrar no mercado de games, não foi para brincar. Com a Prime Gaming, a gigante da tecnologia queria abalar o domínio da Steam e conquistar os jogadores de PC. Mas, depois de 15 anos tentando, a empresa admitiu que falhou, e em frande escala. Recentemente, Ethan Evans, vice-presidente da Prime Gaming, revelou que a Amazon usou toda a sua força para tentar superar a plataforma da Valve.

Com um poder financeiro imensamente superior (segundo ele, 250 vezes maior que o da Valve), a companhia testou de tudo: comprou lojas, criou sua própria plataforma e até investiu pesado na Twitch, esperando que sua enorme base de usuários fosse suficiente para mudar o jogo. Mas nada funcionou. E, agora, eles finalmente entenderam o porquê.

A Amazon não compreendeu os hábitos dos jogadores

A estratégia da Prime Gaming seguiu um raciocínio lógico: se você tem uma empresa gigantesca, dinheiro para investir e uma base de usuários imensa, o sucesso é questão de tempo, certo? Errado. O grande erro, segundo Evans, foi subestimar a força dos hábitos dos jogadores.

A Steam não é apenas uma loja de games. Ele é uma rede social, uma biblioteca digital, um sistema de conquistas e, acima de tudo, uma plataforma que simplesmente funciona. Os jogadores já estavam satisfeitos com o que a Steam oferecia e não tinham motivos para migrar para algo novo.

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O que a Prime Gaming fez para tentar superar a Steam?

Prime Gaming
Imagem: Amazon

Durante mais de uma década, a Prime Gaming tentou diferentes abordagens para conquistar os jogadores de PC:

  • Comprou uma loja menor e tentou expandi-la;
  • Investiu pesado na Twitch e criou uma nova loja integrada;
  • Lançou o Amazon Luna, seu serviço de streaming de jogos.

Mesmo com todos esses esforços, a Steam permaneceu intocável. O maior erro, segundo Evans, foi acreditar que apenas oferecer uma alternativa bastava para conquistar os jogadores. Ele admite que a Amazon não fez o dever de casa: não conversou o suficiente com os jogadores antes de desenvolver suas plataformas. Em vez disso, focou em funcionalidades e números, sem entender o que realmente fazia a Steam ser tão querido.

O que a Amazon aprendeu com essa falha?

Imagem: Amazon

Depois de anos tentando, a principal lição aprendida da Prime Gaming foi clara: não adianta apenas lançar algo novo, é preciso que esse algo seja dramaticamente melhor do que o que já existe. Evans destaca que o tamanho e a visibilidade de uma empresa não garantem o sucesso.

Mais importante do que criar novas funcionalidades, é entender a fundo os hábitos e necessidades dos jogadores. Antes de escrever uma única linha de código, é preciso testar hipóteses e ouvir o público. No final das contas, a Amazon não conseguiu derrubar a Steam, mas ao menos saiu dessa experiência com aprendizados valiosos.

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