Político japonês critica censura de operadoras de pagamentos

Nos últimos tempos, a comunidade gamer tem se deparado com notícias sobre jogos sendo retirados de plataformas como Steam e itch.io, muitas vezes por pressão de operadoras de cartões de crédito. O ex-deputado japonês Zenko Kurishita afirma que essa prática não é novidade e que a censura tem sido uma ferramenta comum no Japão já faz um tempo.

Durante uma entrevista, Kurishita comentou que muitos conteúdos foram proibidos no Japão desde, pelo menos, 2022. O foco inicial estava em sites de conteúdo adulto, como o DLsite, mas a situação acabou se espalhando para outras áreas. Essa visão dele é preocupante, especialmente para aqueles que acreditam que censura em plataformas de jogos é um fenômeno recente.

O que mais assusta nessa censura é o fato de ser uma “censura silenciosa”. Segundo Kurishita, as empresas envolvidas, como Visa e Mastercard, não deixam claro os seus princípios ou motivações. Isso gera um clima de incerteza entre os criadores de conteúdo, que muitas vezes não sabem a real intenção dessas companhias.

Censura Imposta por Ultimatos

Kurishita também elucidou que a pressão exercida pelas operadoras de pagamento acontece de forma muito agressiva, muitas vezes baseada em ultimatos. Empresas que não seguem as exigências acabam enfrentando a dura consequência de perder a capacidade de operar.

Ele citou que, frequentemente, as empresas recebem mensagens abruptas, como “na próxima semana, você não poderá mais usar nossos serviços”. O mais intrigante é que essa comunicação nem sempre vem diretamente de gigantes como Visa ou Mastercard; muitas vezes, é repassada por intermediários, como processadores de pagamento.

Essa situação gera uma atmosfera de desconfiança e insegurança. Quem está por trás das decisões que resultam na remoção de jogos? Kurishita classifica isso como uma maneira de censura que torna o contexto ainda mais preocupante. Sem uma explicação clara, fica difícil entender os verdadeiros motivos por trás dos bloqueios.

Para ele, existem dois caminhos para lidar com essa questão complicada. O primeiro é aumentar a conscientização do público. As pessoas precisam entender que os conteúdos que apreciam podem ser censurados a qualquer momento. A segunda estratégia envolve as empresas diversificarem suas opções de pagamento. Assim, elas não ficam reféns de grandes operadoras, que podem mudar regras e diretrizes sem aviso prévio. Essa mudança poderia ser um passo importante para garantir que a liberdade de expressão e a diversidade de conteúdos sejam preservadas.

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