O trabalho em equipe é o verdadeiro desafio de Little Nightmares 3

É incrível perceber o quanto a série Little Nightmares conquistou fãs ao longo dos anos. Agora, com a chegada do aguardado terceiro jogo, a expectativa só aumenta. Apenas o fato de que essa nova versão está sendo desenvolvida mostra o quão bem-sucedidos foram os títulos anteriores.
A equipe sueca da Tarsier, que criou os jogos anteriores, agora está envolvida em um novo projeto. Por isso, a Bandai Namco decidiu chamar a Supermassive Games, conhecida por Until Dawn, para dar vida a este novo capítulo focado na cooperação.
Pode parecer que um estúdio britânico como a Supermassive não seria a escolha mais óbvia, já que seu foco tem sido em narrativas e aventuras. Contudo, eles têm bastante experiência em jogos cooperativos, especialmente com a série Dark Pictures Anthology, que promove experiências de socialização entre os jogadores.
Recentemente, tivemos a oportunidade de jogar por cerca de 90 minutos na fase Carnevale, e o que podemos dizer é que a experiência foi, simplesmente, arrepiante. Uma coisa importante para notar é que o modo cooperativo é online e não há opção de tela dividida. A razão para isso é a intenção dos desenvolvedores de manter a tensão ao longo do jogo, algo que, segundo eles, não seria possível em uma tela compartilhada.
Para facilitar a vida dos jogadores, o jogo terá um recurso chamado Friend Pass. Com isso, apenas uma pessoa precisa ter o jogo completo, o que torna a participação dos amigos bem mais acessível.
O produtor executivo, Coralie Feniello, comentou sobre essa escolha: “Queríamos muito controlar a câmera. Dividir a tela poderia tornar os puzzles mais complicados. O que buscamos é que cada personagem tenha o seu próprio ângulo de visão.”
Os fãs dos jogos anteriores vão reconhecer a estrutura desse novo título. Cada sala apresenta um quebra-cabeça, e é preciso estar bem atento ao ambiente para descobrir as soluções. Os jogadores vão escolher entre duas personagens: sozinha, que tem tranças vermelhas e usa uma chave inglesa gigante, e Low, que usa uma máscara de pássaro e tem um arco e flecha.
Os dois personagens se complementam. Em combate, por exemplo, você pode derrubar as cabeças dos inimigos com Low e, em seguida, acabar com eles usando a ferramenta de Alone. Além disso, a colaboração é essencial para avançar no jogo, como atirar uma flecha para ativar um botão e, então, utilizar a chave inglesa para abrir o caminho.
Enquanto jogávamos juntos, notamos que havia um certo elemento de tentativa e erro em cada quebra-cabeça. As altas expectativas deixavam um pouco de pressão, e tivemos que nos apressar para encontrar as soluções. A boa notícia é que os respawns são rápidos e os pontos de verificação generosos, mas quem jogar sozinho pode ter uma experiência um pouco mais tranquila.
Coralie menciona que a cooperação é mais desafiadora: “No modo multiplayer, a dificuldade está em coordenar melhor com seu parceiro, enquanto a inteligência artificial executa as tarefas naturalmente, o que reduz o risco de falha. Por outro lado, você não pode discutir com a IA sobre como resolver os problemas.”
E, de fato, encontrar as soluções pode ser muito divertido, e muitas vezes, mais óbvio do que parece a princípio. Durante a nossa sessão, percebemos que tentávamos pensar de forma muito complexa, enquanto a resposta estava bem visível.
Os quebra-cabeças aproveitam bem o motor físico do jogo, que já foi visto em LittleBigPlanet. É impressionante que, desde então, a Tarsier mantém essa sensação de leveza e movimentação dos personagens.
Enquanto Reanimal adotou uma direção artística mais grotesca, Little Nightmares 3 continua com uma estética que lembra Tim Burton, trazendo um charme único ao horror. Feniello se diverte ao falar sobre isso: “Chamamos de horror encantador. São crianças vivendo suas pequenas esperanças em um universo muito sombrio. Essa sensação de desamparo é algo que queríamos preservar.”
O cenário da Carnevale é um grande destaque, retratando os temores infantis de forma bem peculiar. E sim, é uma espécie de circo bizarro, com tendas grandes e malcuidadas sob uma chuva vívida.
Por outro lado, algo que não encontramos foram os palhaços — pelo menos, não os que conseguiríamos ver. Feniello explica: “Não queríamos que fosse tão direto! Little Nightmares nunca foi sobre apresentar horror explícito. Mesmo em momentos mais macabros, o foco está em coisas mais sutis.”
Como de costume, você terá que enfrentar um inimigo colossal, que neste jogo é uma espécie de ventríloquo, acompanhado de uma criatura menor que se assemelha a um bicho da seda.
“É muito legal que essas duas personagens precisem uma da outra para sobreviver,” diz Feniello, lembrando do final da fase onde você consegue derrotar a criatura e escapar em um balão de ar quente. Essa transição é uma recompensa satisfatória após a tensão da perseguição.
Ainda estamos impressionados com o design e a sensação de movimento dos personagens. O sucesso dos jogos anteriores deixou a expectativa muito alta, e esse novo título parece ter tudo o que os fãs amam.
Agora, é esperar para ver como será realmente essa experiência, especialmente em modo cooperativo, que pode gerar algumas frustrações. Resta torcer para que o jogo mantenha a magia e a diversão que todos amamos na série.
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