missile command delta: desenvolvedores falam sobre modernização do clássico

Atari está passando por um verdadeiro renascimento nos últimos anos, trazendo de volta clássicos antigos com uma nova roupagem. Um dos lançamentos mais notáveis é Missile Command Delta, que reinterpreta o icônico jogo de 1980 de uma forma quase irreconhecível.
Para entender mais sobre essa nova versão e o processo por trás de seu desenvolvimento, conversamos com Dave Proctor, diretor e designer do estúdio Mighty Yell.
Dave sempre foi fascinado por Missile Command, mesmo antes de se imergir no mundo dos games. Para ele, o jogo conta uma história por meio de suas mecânicas. "A ideia de sempre estar na defensiva, sem nunca ser o atacante, é um conceito único", explica. Ele também estava curioso sobre o cenário em que o jogo acontece. "E se você pudesse fazer perguntas sobre isso?", questionou, pensando em criar um mistério em torno da narrativa.
O projeto foi uma parceria entre a Mighty Yell e a 13AM Games, uma equipe que Dave conhece bem, já que é co-fundador da 13AM. "Era uma oportunidade que não podíamos deixar passar. Eu queria muito colaborar com Tom e Unai nesse projeto", conta. A sintonia entre os dois estúdios foi fundamental, desde a direção de arte até o design do jogo.
Missile Command Delta traz mudanças significativas em relação ao original, transformando-o em uma experiência de defesa em turnos. "Tudo começou como um desafio da Atari para inovar seus clássicos", revela Dave. Eles até pensaram em um jogo de cartas inspirado em Missile Command. Assim que apresentaram um protótipo, perceberam que a ideia funcionava perfeitamente nessa nova configuração, especialmente com a contribuição da 13AM.
No que diz respeito à defesa de mísseis, o design começou com um grid hexagonal, permitindo uma jogabilidade mais fluida. "Precisávamos que os mísseis fossem facilmente direcionáveis, tanto na diagonal quanto na vertical", explica. Além disso, a introdução do conceito de cartas ajuda a tornar a mecânica ainda mais acessível, permitindo que os jogadores entendam como estão jogando com seus mísseis.
Uma das grandes mudanças no jogo é a mecânica de "uma chance só". Se um míssil toca o chão, você perde. "Isso faz com que os jogadores se sintam desafiados a eliminar todos os mísseis", enfatiza Dave, que queria que a experiência tivesse um ar de quebra-cabeça.
O jogo também mescla elementos de resolução de quebra-cabeças em primeira pessoa e uma narrativa voltada para um grupo de adolescentes. Cada um desses elementos se combina para oferecer uma experiência única, com personagens que se tornam mais cativantes à medida que a história avança. "A cobrança em descobrir os segredos aumenta a imersão", afirma Dave.
A trama envolve adolescentes que entram em um bunker cheio de mistérios. Dave se inspirou em filmes dos anos 80, como Wargames e Red Dawn, que retratam crianças enfrentando situações pra lá de desafiadoras. Ele e Unai buscavam instigar perguntas no jogador sobre o que está acontecendo no mundo exterior e criar uma sensação de desconfiança em relação à realidade.
Ao repensar o clássico de 1980, o objetivo foi manter a tensão e a capacidade de reação. "Queremos que os jogadores sintam que suas decisões realmente importam, e que podem fazer a diferença", conta Dave, enfatizando a diversão nas reviravoltas que o jogo proporciona.
Para equilibrar referências do passado com as preferências do público atual, a equipe se certificou de não exagerar nas homenagens. "Queríamos que o jogo fosse acessível, sem perder a essência difícil dos arcades antigos, mas oferecendo espaço para recomeçar sem ser punitivo", diz.
Por fim, Dave recomenda explorar os segredos escondidos em Missile Command Delta. "Tem muito amor nesse jogo. Cada terminal é vencível e, ao dominá-los, uma nova camada da história será revelada", conclui.
Missile Command Delta já está disponível no PS5 por um preço em conta e promete ser uma ótima escolha para fãs de quebra-cabeças e estratégia.
Comentários estão fechados.