Mark Cerny revela processo polêmico da criação do primeiro Sonic

Mark Cerny é um nome bem conhecido entre os fãs de videogames, especialmente por seu trabalho como arquiteto dos consoles PlayStation. No entanto, sua carreira é muito mais ampla. Ele teve uma participação importante na criação de jogos que fizeram história, como California Games, Crash Bandicoot, Ratchet & Clank e Kid Chameleon. E, acredite ou não, Cerny também ajudou a desenvolver o icônico Sonic da SEGA.

Em um bate-papo no podcast “My Perfect Console”, Cerny revelou que a criação do jogo foi marcada por desafios intensos. Na visão da SEGA, o foco não era apenas superar Mario, mas sim criar um jogo que pudesse vender milhões de cópias. Esse objetivo ambicioso deu início a um processo bastante intenso, que ele descreveu como “brutal e controverso”.

Para transformar Sonic em um sucesso, a SEGA não poupou esforços. A empresa investiu uma quantidade significativa de dinheiro e recursos, resultando em uma pressão enorme sobre suas equipes. Essa pressão foi tão grande que levou Yuji Naka, o criador do Sonic, a pedir demissão.

Desenvolvimento fora do comum

Cerny destacou que, na época, jogos da SEGA eram frequentemente desenvolvidos em apenas três meses por pequenas equipes de três pessoas. Contudo, para Sonic, a equipe cresceu para quatro pessoas e levou 14 meses para ser finalizada. Ele comentou sobre as dificuldades, afirmando que embora o jogo tenha sido um sucesso, o orçamento foi estourado. Ele lembra que alguns engenheiros estavam apenas gritando com Naka, situação que gerou um ambiente bem tenso.

Após o lançamento do primeiro Sonic, o desenvolvimento da sequência, Sonic 2, foi feito no SEGA Technical Institute, nos Estados Unidos. Curiosamente, Cerny foi um dos responsáveis e atuou como produtor do projeto. Outro time ficou encarregado de Sonic 3, que se tornou Sonic CD anos depois.

Cerny também menciona que a SEGA, na época, realmente não tinha ideia do quão grande o personagem Sonic poderia se tornar. Ele diz que deixar a empresa foi uma das melhores decisões que já tomou na vida. Apesar de muitas pessoas talentosas trabalharem lá, a cultura de trabalho era bastante exigente e “brutal”, o que era visto como necessário para alcançar o sucesso no competitivo mercado de games.

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