Máfia: A Velha Pátria em análise para PS5

Mafia: The Old Country é um jogo que promete uma experiência de aventura mais enxuta, focada na narrativa, especialmente em um cenário onde desenvolvê-los leva quase uma década. No entanto, o que deveria ser uma jornada cativante acaba se tornando um tanto repetitivo, fazendo com que seus 12 horas de campanha se arrastem, mesmo com uma trama que poderia ser muito mais envolvente.

O principal problema do mais recente jogo da Hangar 13 não é a sua duração ou falta de ambição, mas sim a escassez de ideias frescas. Ao chegar à metade do jogo, você já viu praticamente tudo o que ele oferece. E a previsibilidade da história só piora essa sensação. A trama se passa no início do século XX, em uma Sicília idílica, cercada por montanhas e tomates secos ao sol. O protagonista, Enzo, um órfão, é rapidamente puxado para um mundo criminal, subindo nas fileiras da família Torissi em meio a ações cada vez mais questionáveis.

As atuações dos personagens são um grande destaque, com todos os dubladores entregando performances dignas de prêmios. O Don Torissi, por exemplo, tem uma voz que transmite tanto suavidade quanto uma intimidação sutil. Contudo, o roteiro deixa a desejar. As reviravoltas são previsíveis, como o personagem com dentes ruins que, adivinha, é um traidor ou a filha do chefão que se torna sua paixão.

As cenas cortadas são bem feitas, com animações faciais impressionantes e iluminação dramática. É um jogo que, mesmo não sendo uma reinvenção do gênero, consegue cativar tanto que a família acaba querendo assistir você jogar.

Por outro lado, o gameplay não é tão envolvente. Embora tenha um formato mais linear do que os jogos anteriores da série, ainda é considerado um mundo aberto. Muitas missões exigem que você dirija (ou ande a cavalo) até marcadores, e há até uma opção de exploração livre, mas se você desviar muito, o jogo o interrompe e manda voltar, o que é frustrante.

As missões seguem um padrão: infiltração, tiroteio e diálogos. As mecânicas são aceitáveis, mas sem grandes inovações, com as seções de furtividade se destacando como as mais complicadas. Ser descoberto quase sempre resulta em falha instantânea, o que pode ser exaustivo, repetido várias vezes. Além disso, os combates corpo a corpo, embora interessantes em teoria, não oferecem uma verdadeira sensação de impacto, parecendo um pouco vazios.

O jogo também inclui algumas corridas interessantes, seja de carro vintage ou a cavalo. São boas adições, mas para uma narrativa tão centrada, poderia ter explorado mais variedade nas missões para manter o interesse do jogador.

Em termos de visual e sonoridade, o jogo impressiona. Os detalhes são notáveis, como o som do metal esfriando quando você estaciona o carro. O cenário é tão belo que é difícil não se perder nas paisagens. Jogado no PS5 em modo de performance a 60fps, o jogo apresenta algumas quedas de quadros em áreas movimentadas, mas isso não compromete a experiência de forma significativa.

Comentários estão fechados.