Larian discute uso de IA generativa em Divinity

Na última terça-feira (16), uma matéria da Bloomberg causou alvoroço ao divulgar que a Larian Studios estaria utilizando inteligência artificial (IA) generativa na produção de Divinity. Em resposta, Swen Vincke, o chefão do estúdio e diretor do jogo, fez questão de esclarecer no X (ex-Twitter) que a tecnologia não tem como objetivo substituir os profissionais da equipe.

Vincke enfatizou que Divinity conta com um time de 72 artistas, sendo 23 deles especializados em arte conceitual, e que o estúdio está buscando mais contratações. Ele se mostrou bastante orgulhoso do trabalho que sua equipe desenvolve, afirmando que toda a arte criada é original. A IA generativa, segundo ele, é usada como uma ferramenta para “explorar ideias”, e não para guiar a criação das artes ou dos roteiros.

No X, Vincke disse: “Estamos usando ferramentas de IA como usamos referências, como Google e livros de arte. Nas fases iniciais de desenvolvimento, isso serve como esboço, mas depois trocamos pela arte conceitual original.” Para ele, não há comparação entre as duas abordagens.

Divinity usa IA porque estúdio “não quer ficar para trás”

Em comunicações com a IGN, Vincke ressuscitou o tema, deixando claro que o intuito da Larian Studios não é a substituição, mas sim enriquecer seus processos criativos. “Não estamos lançando o jogo com qualquer componente de IA, nem pensando em cortar equipes para substituir pela tecnologia,” afirmou.

Após as declarações, Jason Schreier, da Bloomberg, trouxe mais informações sobre a entrevista que gerou a polêmica. Ele ressaltou que Vincke reconheceu que a IA ainda não está acelerando processos de desenvolvimento e que, apesar disso, permite que as equipes experimentem mais.

Vincke, que não é nativo em inglês, compartilhou que também usa ferramentas de IA para corrigir o idioma e admitiu que uma parte do motivo pelo qual sua equipe está testando a tecnologia é o receio de ficar para trás no setor. Isso, mesmo sabendo que os resultados até agora não têm sido tão impressionantes.

Um detalhe importante que Vincke mencionou é que, como a indústria é bastante competitiva e voltada para a tecnologia, é preciso testar as novidades. Ele ressaltou que não dá para ignorar uma tendência, pois quem não se adequar pode acabar “morto” nesse mercado.

Críticas e preocupações em torno da IA

As declarações de Vincke geraram muitas reações negativas nas redes sociais. Vários comentários apontaram que ele parecia desconsiderar questões relevantes como os problemas de direitos autorais, o alto custo energético e ambiental da IA, e até mesmo a falta de originalidade do que é produzido.

Alguns críticos lembraram que a própria Larian já havia manifestado suas reservas em relação ao uso da IA no passado. Agora, ao adotar essa tecnologia por medo de “perder a chance”, Vincke e sua equipe podem estar se alinhando a um padrão semelhante a outros estúdios da indústria.

É interessante observar como uma simples declaração pode acirrar debates e trazer à tona preocupações mais amplas sobre o uso de novas tecnologias na criação de jogos.

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