King of Meat pode ser um Mario Maker, mas precisa de público

A mistura de jogabilidade acelerada, criatividade e diversão em jogos cooperativos é algo que todo amante de games adora. King of Meat, o jogo de estreia do estúdio britânico Glowmade, traz essa proposta e já deixou uma impressão positiva durante os testes iniciais. Mas, para garantir seu sucesso a longo prazo, ele precisa de uma comunidade engajada. Sem isso, corre o risco de ser uma plataforma repleta de ideias boas, mas sem a quantidade de jogadores necessária para justificar seu crescimento.
Um reality show mortal cooperativo
Em King of Meat, você mergulha em um jogo de plataforma cooperativo com toques de hack and slash. A aventura se passa em Loregok, um reino que se assemelha a um reality show estilo “Olimpíadas do Faustão”, onde o objetivo é sobreviver em masmorras mortais enquanto entretém uma plateia em busca de ação e confusão.
O jogo não se leva a sério, e essa leveza brilha em um cenário bem-humorado e animado. As dungeons medievais recheadas de armadilhas possuem um visual cartunesco, lembrando um pouco Roblox e Fall Guys, mas é apropriado para todas as idades.
Durante as partidas, a adrenalina rola solta, com inimigos e armadilhas aparecendo simultaneamente. King of Meat chega às telas com mais de cem masmorras oficiais, misturando ação intensa, armadilhas, busca por tesouros e resolução de quebra-cabeças.
O combate é no estilo hack and slash, usando armas corpo a corpo com habilidades únicas. Embora você tenha acessos a Manobras de Glória, que ajudam a congelar inimigos ou curar aliados, a mecânica poderia ser mais profunda. A variedade de inimigos e armas é limitada e o combate acaba ficando em segundo plano.
Jogar com amigos é fundamental para aproveitar ao máximo o que King of Meat tem a oferecer. A experiência cooperativa, recheada de comentários engraçados dos narradores e as reações exageradas dos personagens, mantém um tom divertido.
Um Mario Maker para a nova geração?
Um dos destaques do jogo é seu sistema de criação de masmorras. Essa ferramenta intuitiva permite que qualquer um crie fases personalizadas, escolhendo armadilhas, desafios e até a sequência de inimigos. Inspirada na jogabilidade de Mario Maker, essa funcionalidade pode prolongar a vida útil do jogo. Se a comunidade se animar, as possibilidades são enormes!
Porém, a progressão do jogo deixa a desejar. Apesar da grande variedade de customizações, que incluem roupas excêntricas e skins de armas, a evolução se concentra quase exclusivamente em recompensas estéticas. Essa abordagem pode não manter o interesse dos jogadores a longo prazo.
Vale a pena?
No geral, King of Meat oferece uma experiência cooperativa divertida, repleta de humor e uma jogabilidade dinâmica. Se você tem amigos prontos para aproveitar a bagunça e explorar ou criar suas próprias dungeons, pode ser uma boa opção. Contudo, a ênfase em itens cosméticos e o preço inicial de R$ 149,99 são preocupantes, especialmente para um título que precisa de uma base sólida de jogadores para se sustentar.
A esperança é que a Glowmade e a Amazon Games mantenham o jogo vivo por meio de atualizações gratuitas e, com suporte contínuo, consigam aprimorar a experiência. Resta torcer para que King of Meat encontre seu lugar no coração dos gamers.
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