Hideo Kojima, um dos nomes mais influentes da história dos videogames, surpreendeu os fãs ao revelar que já tem um plano para o futuro de suas criações caso venha a falecer. Em entrevista à Edge Magazine, o lendário designer japonês contou que entregou a sua assistente pessoal um pendrive com ideias e arquivos confidenciais sobre jogos que ainda não saíram do papel.
Segundo ele, o objetivo é garantir que suas criações não se percam com sua ausência.
É como um testamento. Talvez eles consigam continuar desenvolvendo coisas na Kojima Productions depois que eu me for.
Hideo Kojima, CEO da Kojima Productions
A revelação é marcante, especialmente vindo de um criador conhecido por sua originalidade e ousadia — alguém que raramente compartilha controle criativo.
A pandemia mudou a perspectiva de Kojima
Apesar de parecer em plena forma aos 61 anos, Kojima admitiu que começou a pensar sobre sua mortalidade durante a pandemia de COVID-19. Ele passou por uma doença séria e até precisou ser submetido a uma cirurgia.
“Antes disso, eu não sentia minha idade. Achava que estaria fazendo jogos até morrer. Mas a pandemia me fez pensar: quanto tempo ainda tenho?”
Essa reflexão profunda acabou influenciando até a reescrita de Death Stranding 2, segundo o próprio criador. A experiência do isolamento, da vulnerabilidade e da perda se refletiram no tom e na abordagem do novo jogo — algo que ele diz ser mais pessoal e emocional.
Um legado que vai além de sua presença física
Desde que dirigiu o primeiro Metal Gear em 1987, Kojima transformou a forma como jogos contam histórias, quebrando padrões e desafiando a indústria com suas narrativas complexas e conceitos filosóficos. Com títulos como Snatcher, Zone of the Enders e mais recentemente Death Stranding, seu impacto vai muito além de um único estúdio.
Por isso, a ideia de que ele pode deixar um “testamento criativo digital” é mais do que simbólica — é uma forma de manter viva sua essência, mesmo após sua partida.
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A Kojima Productions sem Kojima?
Apesar da preparação, o criador expressou receio de que sua empresa acabe se limitando a apenas administrar propriedades intelectuais existentes no futuro, sem inovação.
“Não quero que se tornem apenas uma gestora de IPs. Quero que continuem criando coisas novas, com ou sem mim.”
O desejo de Kojima é claro: manter a chama da criatividade acesa, mesmo que ele não esteja mais por aqui. Mas, felizmente, tudo indica que ainda teremos muito tempo com ele — e, com sorte, veremos todos os projetos daquele pendrive ganharem vida pelas suas próprias mãos.
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