Grupo de mulheres quer REMOVER jogos da Steam! Entenda!

Um jogo recém-adicionado à Steam reacendeu um debate urgente sobre moderação de conteúdo, segurança e responsabilidade na indústria dos games. A visual novel adulta, cujo nome não será citado aqui, apresenta descrições explícitas de incesto, abuso sexual não consensual, dominação e violência contra mulheres — elementos que geraram revolta em boa parte da comunidade.
A organização Women in Games, que atua em defesa da equidade de gênero no mercado de jogos, lançou um comunicado exigindo que a Valve remova o título da plataforma imediatamente.
Conteúdo descrito como “degradante e perigoso”

De acordo com a descrição oficial na própria página do jogo na Steam, a proposta gira em torno de um protagonista que, diante de uma traição familiar, responde com dominação e violência sexual. Frases como “nunca aceite um não como resposta” e “seja o pior pesadelo de toda mulher” fazem parte do marketing do jogo — algo que, segundo especialistas, ultrapassa os limites da ficção e promove discurso de ódio e misoginia.
A CEO da Women in Games, Dr. Marie-Claire Isaaman, foi categórica em sua declaração:
O fato de um jogo como esse estar disponível na Steam — uma das maiores plataformas de jogos do mundo — é absolutamente inaceitável. Isso transmite uma mensagem clara e perturbadora: que a violência contra mulheres não apenas é tolerável, mas jogável. Essa mensagem não tem lugar na nossa indústria, nas nossas comunidades ou na nossa sociedade.
Dr. Marie-Claire Isaaman, CEO da Women in Games
Steam tem histórico problemático com conteúdo adulto
A Valve já enfrentou polêmicas no passado por conta da maneira como lida com jogos de teor adulto. Durante anos, a empresa alternou entre proibições totais e liberações pontuais, até que, em 2018, adicionou um filtro +18 que permite aos usuários bloquear ou exibir esse tipo de conteúdo.
Apesar disso, a Steam mantém uma lista de regras que proíbe a publicação de jogos que:
- Promovam violência ou ódio contra grupos com base em gênero, raça ou orientação sexual
- Tenham conteúdos ilegais, ofensivos ou projetados para chocar ou gerar repulsa
Ainda assim, a decisão final sobre o que entra ou sai da loja cabe exclusivamente à Valve — o que levanta questionamentos sobre a eficácia desses filtros quando um jogo como esse consegue ser aprovado e comercializado.
Comunidade pede ação imediata da Valve

A pressão por parte de grupos como o Women in Games reflete um pedido coletivo por maior responsabilidade na curadoria de conteúdo dentro das plataformas digitais. O apelo vai além da exclusão desse título específico, exigindo políticas mais rígidas, transparência nos processos de aprovação e tolerância zero à misoginia.
Apelamos à Valve Corporation, proprietária da Steam, para que aja com urgência. Esse jogo precisa ser removido. Políticas mais rigorosas de moderação de conteúdo devem ser implementadas. E uma postura de tolerância zero contra misoginia e ódio precisa ser visivelmente aplicada. Mulheres e meninas merecem mais desta indústria. Convidamos todos os aliados a se unirem a nós — a se manifestarem, agirem e apoiarem o futuro de um mundo dos games seguro e inclusivo.
Dr. Marie-Claire Isaaman, CEO da Women in Games
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Onde está o limite da liberdade criativa?
A discussão, mais uma vez, coloca em pauta os limites entre liberdade artística e responsabilidade social. Enquanto parte da comunidade defende a autonomia dos criadores, outra levanta a necessidade de proteger os espaços digitais de conteúdos que romantizam violência e naturalizam o abuso.
Num cenário onde os games são cada vez mais acessíveis a públicos diversos, garantir que o conteúdo respeite princípios éticos e legais não é censura — é cuidado.
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