Gigantes da indústria reagem à iniciativa ‘Stop Killing Games’

A campanha Stop Killing Games tem ganhado bastante atenção nos últimos tempos, especialmente por sua proposta de garantir que os jogadores possam continuar acessando os jogos que compraram, mesmo após o suporte ser encerrado. No entanto, a iniciativa enfrenta uma forte resistência do grupo Video Games Europe, que representa grandes empresas do setor, como Ubisoft, Microsoft, Activision, Take-Two, Warner Bros. e Nintendo. Para eles, as ideias sugeridas pelo movimento são inviáveis do ponto de vista econômico.

Essa conversa começou em abril de 2024, após o polêmico encerramento dos servidores de The Crew, um jogo da Ubisoft. O problema é que, devido à sua estrutura sempre online, até o modo single-player ficou inviável assim que o suporte foi retirado. E, para complicar ainda mais, a Ubisoft também cancelou as licenças de quem já tinha comprado o jogo, fazendo com que seus compradores perdessem acesso permanente.

O que o Stop Killing Games quer é simples: que as editoras deixem seus jogos jogáveis mesmo após desativarem o suporte. As propostas incluem a possibilidade de servidores privados, retirar a necessidade de conexão online ou oferecer atualizações que permitam jogar offline. Essa ideia já conquistou mais de 1 milhão de assinaturas na petição europeia, o que é necessário para que ela chegue ao Parlamento Europeu.

Em resposta, a Video Games Europe soltou um comunicado dizendo que manter jogos ativos por tempo indeterminado ou permitir servidores privados pode ser muito caro. Eles acreditam que isso poderia limitar a criatividade dos desenvolvedores, especialmente para jogos que foram pensados para funcionar apenas online. Além disso, levantaram preocupações sobre segurança, argumentando que servidores privados podem não ter sistemas adequados para proteger os dados dos jogadores ou moderar conteúdos impróprios. Apesar disso, o grupo afirma que está aberto ao diálogo sobre o assunto.

Ross Scott, o criador do movimento, não ficou satisfeito com os argumentos da indústria e prometeu explicar melhor suas ideias em um vídeo. E não para por aí! Fora da União Europeia, a campanha também está crescendo no Reino Unido, onde a petição já ultrapassou 150 mil assinaturas, um número que pode gerar um debate no parlamento britânico.

O que é a iniciativa Stop Killing Games

A Stop Killing Games foi idealizada por Ross Scott como uma resposta a situações em que publishers desativam jogos adquiridos pelos consumidores, tornando-os completamente inacessíveis. O movimento busca que governos implementem legislações que obriguem as empresas a encontrar maneiras de preservar o acesso a esses títulos, mesmo após o fim do suporte oficial.

Quem é a Video Games Europe

A Video Games Europe é uma entidade que representa os interesses da indústria de jogos eletrônicos na Europa. Ela atua como um grupo de lobby e coordenação entre grandes publishers e desenvolvedores, incluindo nomes como Ubisoft, Microsoft, Activision Blizzard, Take-Two, EA, Warner Bros. e Nintendo. Seu trabalho é dialogar com legisladores, defender políticas favoráveis ao setor e reagir a iniciativas como a Stop Killing Games.

E o debate está longe de acabar. Com a possibilidade de que a petição seja discutida no Parlamento Europeu, podemos esperar que os próximos meses tragam uma troca de ideias ainda mais acalorada sobre a preservação dos jogos e as questões comerciais da indústria.

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