Ghost of Yotei: uma história de vingança com novidades

A gente pode pensar no novo jogo Ghost of Yotei não como uma sequência direta de Ghost of Tsushima, mas sim como uma nova aventura dentro do mesmo universo criado pela Sucker Punch. Depois de cinco anos desde o sucesso com Jin Sakai, essa nova história nos leva a um Japão feudal ainda mais sombrio e recheado de elementos míticos, especificamente em Ezo, que hoje conhecemos como Hokkaido.

A trama segue Atsu, uma mercenária que carrega o peso de lembranças traumáticas de uma tragédia que devastou sua vida. Diferente de Jin, que lutava para proteger seu povo, Atsu busca apenas uma coisa: vingança. O objetivo dela é encontrar os “Seis de Yotei”, um grupo envolvido no massacre de sua família há dezesseis anos. Essa busca transforma Atsu na nova “Fantasma”, uma figura que une honra e terror, forçando o jogador a mergulhar em temas pesados como trauma e a corrupção da alma.

A narrativa sombria e pessoal de Atsu

O jogo se passa no século XVII, cerca de três séculos após os acontecimentos de Tsushima. À medida que a história se desenrola, a busca de Atsu por vingança se intensifica e a dinâmica do jogo adota um tom mais direto. Se em Tsushima se explorava o stealth e a moralidade de matar o inimigo, aqui a premissa é mais brutal: “olho por olho, dente por dente”.

Os “Seis de Yotei” são inspirados na rica mitologia japonesa e incluem figuras como o Oni e a Kitsune, mas suas histórias, na maioria, são tratadas de forma a se tornarem apenas mais um obstáculo na jornada de Atsu.

Explorando Hokkaido e o design de mundo aberto

O cenário em Hokkaido é de tirar o fôlego, com suas florestas geladas e montanhas nevadas, sendo o Monte Yotei um ponto central da narrativa. O design do jogo mantém a filosofia de exploração orgânica, sem distrair o jogador com interfaces invasivas. Assim como no game anterior, Atsu é guiada pelo vento e por elementos da natureza, como pássaros dourados e os sons das raposas, que levam a fontes termais e outros locais especiais.

A exploração ainda é prazerosa, agora com campos de flores que permitem um cavalo acelerar, mas algumas missões secundárias podem parecer um tanto repetitivas. O jogo se transforma, em certos momentos, em um checklist em vez de um desafio real.

Uma novidade legal no sistema de missões é que NPCs podem surgir de forma espontânea enquanto Atsu acampa, compartilhando histórias e sugerindo novos caminhos, enriquecendo a experiência. Além disso, a introdução de uma loba como aliada pode ser um trunfo estratégico, permitindo mais interação nas batalhas.

O combate brutal é a regra

O combate em Ghost of Yotei mantém o foco em letalidade e precisão, mas agora tem a personalidade de Atsu, uma mercenária sem o código de honra dos samurais. Isso resultou em uma luta mais visceral, onde a resposta é frequentemente “matar ou ser morto”.

Você vai notar que, além da katana, Atsu tem um arsenal variado que inclui a foice com corrente, o arco e até um fuzil de pederneira. No entanto, o jogador percebe que, no início, ela ainda está se adaptando e há uma insegurança nas primeiras fases de combate.

Otimização gráfica: poder do PS5 Pro e otimização para o DualSense

Ghost of Yotei é um espetáculo visual, aproveitando ao máximo o potencial do PlayStation 5. O carregamento é rápido, quase instantâneo em viagens rápidas. O jogo oferece três modos gráficos: Desempenho, que prioriza 60 fps; Qualidade, que roda a 30 fps em resolução mais alta; e Intermediário, que equilibra desempenho com suporte a Ray Tracing.

Os recursos do DualSense são usados de forma impressionante, como a resistência dos gatilhos ao usar arcos e a interação do touchpad para atividades como desenhar ou tocar melodias. A imersão é alta, e a experiência cinematográfica foi expandida com referências a cineastas como Takashi Miike.

No final das contas, Ghost of Yotei entrega uma experiência rica e memorável, mesmo que a narrativa possa parecer previsível e algumas atividades se repitam. É uma jornada emocionante por Hokkaido que, sem dúvida, catapultou a Sucker Punch como um nome a ser respeitado nos jogos de mundo aberto.

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