Fim de Mass Effect e Dragon Age? Futuro da BioWare pode estar em risco

A Electronic Arts (EA), uma das maiores publicadoras de games do mundo, foi vendida nesta semana por aproximadamente US$ 55 bilhões para um grupo de investidores que inclui Silver Lake, o Fundo Público de Investimento da Arábia Saudita e a Affinity Partners, empresa de Jared Kushner.
O acordo envolve ainda a assunção de uma dívida de US$ 20 bilhões junto ao JPMorgan Chase, o que já levanta preocupações sobre o futuro da empresa e dos estúdios sob seu guarda-chuva.
O que muda com a venda da EA
Com o negócio, a EA deixará de ser uma empresa pública e passará a ser privada. Esse tipo de movimento costuma gerar reestruturações profundas, e os funcionários temem que os cortes de pessoal e mudanças agressivas sejam usados como forma de compensar a nova dívida adquirida.
Ainda que o fechamento oficial da venda esteja previsto apenas para o primeiro trimestre do ano fiscal de 2027 — ou seja, entre abril de 2026 e março de 2027 —, a incerteza já afeta diretamente a moral dos trabalhadores.
BioWare no centro das preocupações

Um dos estúdios que mais sente a pressão é a BioWare, responsável por franquias icônicas como Mass Effect e Dragon Age.
Em janeiro, a desenvolvedora de Edmonton já havia passado por uma onda de demissões após o lançamento de Dragon Age: The Veilguard, que não atendeu às expectativas da EA. A equipe, que em 2023 contava com mais de 200 funcionários, foi reduzida para menos de 100 pessoas, número considerado alarmante até mesmo para os padrões da indústria.
Segundo relatos de funcionários que preferiram não se identificar, a sensação é de que o pior ainda está por vir. “Olhe para a reação negativa após Dragon Age. Se achávamos que ia piorar naquela época, dá para imaginar como nos sentimos agora”, afirmou um dos membros da equipe.
Mass Effect segue em desenvolvimento, mas clima é de incerteza
Apesar das preocupações, fontes internas garantem que o próximo Mass Effect ainda está em desenvolvimento. No início do ano, apenas uma equipe reduzida trabalhava no título, mas recentemente a EA destinou mais recursos ao projeto.
Mesmo assim, os funcionários não escondem o receio. “Vamos continuar trabalhando até nos dizerem para parar. Não é a forma mais saudável de viver, mas enquanto os salários chegarem, não vamos simplesmente abandonar”, relatou outro desenvolvedor.
Possível venda da BioWare?
Há rumores de que a EA, antes mesmo da negociação com os novos investidores, já teria considerado vender a BioWare. Não se sabe até onde essas conversas avançaram, mas a simples possibilidade reforça o clima de instabilidade dentro do estúdio.
Com a pressão de um novo grupo de investidores e a necessidade de recuperar o investimento bilionário, a BioWare pode estar entre as primeiras vítimas de reestruturações mais severas.
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Incertezas para toda a indústria
A venda da EA por um valor tão alto é um marco na indústria dos videogames, mas também acende alertas. Grandes negócios como esse costumam resultar em cortes, fusões de equipes e até cancelamento de projetos em andamento.
A situação é especialmente preocupante para estúdios que não tiveram resultados recentes expressivos, como a própria BioWare. Caso Dragon Age e o próximo Mass Effect não correspondam às expectativas, há quem acredite que o estúdio possa ser fechado ou vendido definitivamente.
Considerações finais
O futuro da EA agora está nas mãos de um grupo de investidores que terá a difícil tarefa de equilibrar dívidas, resultados financeiros e a manutenção da confiança dos jogadores. Para estúdios como a BioWare, o momento é de apreensão: o que vier pela frente pode definir se nomes históricos da indústria continuarão a existir.
Enquanto isso, fãs de Mass Effect e Dragon Age torcem para que os jogos em desenvolvimento cheguem ao mercado antes que possíveis cortes mudem o rumo da história.
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