Fatal Fury: City of the Wolves – Vale a pena?

A espera foi longa. Desde 1999, a franquia Fatal Fury parecia adormecida, presa no passado glorioso de Garou: Mark of the Wolves. Agora, em 2025, a SNK resgata a série com City of the Wolves, um título que se recusa a viver da nostalgia. O novo capítulo moderniza a fórmula com ousadia e respeito às raízes, provando que ainda há fôlego para inovações no gênero de luta.
Logo de cara, o que se destaca é a nova direção visual. Os sprites 2D foram substituídos por modelos 3D estilizados, com proporções exageradas e carisma de sobra. Os personagens preenchem a tela com personalidade, enquanto os cenários são belos sem distrair da ação. É uma identidade própria que conversa com o estilo contemporâneo de títulos como Guilty Gear e Street Fighter 6.
REV: o novo coração das batalhas
No centro da jogabilidade está o sistema REV. Com ele, o jogador controla um medidor que permite executar ataques fortalecidos, quebrar defesas e criar combos mais complexos. Mas abusar desse recurso causa superaquecimento, exigindo gerenciamento cuidadoso. A mecânica exige atenção constante e abre espaço para reviravoltas durante os combates.
Outro destaque é o retorno do “S.P.G” (Selective Potential Gear), herdado de Mark of the Wolves. Ele permite ao jogador escolher uma zona de sua barra de vida que, ao ser ativada, potencializa seus golpes. O casamento entre os dois sistemas dá profundidade ao combate e premia estratégia, não apenas reflexos.
Acessibilidade sem perder profundidade

City of the Wolves também aposta na inclusão de jogadores iniciantes com o sistema “Smart Style”, que simplifica comandos e executa combos automaticamente. Ainda assim, os controles tradicionais continuam disponíveis e oferecem vantagens táticas, como o cancelamento de ataques — essencial para combos mais avançados.
Essa dualidade agrada tanto novatos quanto veteranos. Jogadores menos experientes podem se divertir desde o início, enquanto os mais dedicados encontram espaço para evolução e domínio técnico.
Conteúdo robusto para todos os estilos

O jogo oferece um pacote generoso para quem joga offline. Além dos modos Arcade e Versus, há tutoriais completos, desafios de combo e um modo single player com elementos de RPG chamado Episódios de South Town. Nele, cada personagem tem sua própria narrativa, com níveis, habilidades e minigames desbloqueáveis.
Essas adições tornam a experiência variada e mantêm o jogador engajado mesmo fora do competitivo. Além disso, a SNK soube incluir surpresas para fãs antigos, como personagens clássicos que retornam em momentos-chave — ainda que um certo jogador de futebol digital apareça de forma inexplicável e sem contexto.
Online funcional, mas pouco intuitivo

O maior tropeço de City of the Wolves está na experiência online. Apesar de o rollback netcode garantir boas conexões, a interface e os sistemas de convite são arcaicos.
Adicionar amigos exige códigos manuais, e mudar de personagem durante partidas é burocrático. Falta integração com plataformas como Steam, e sobra espaço para melhorias nos menus e na qualidade de vida.
Leia mais:
- Fatal Fury City of the Wolves é lançado já com torneio MILIONÁRIO
- Fatal Fury: City of the Wolves ganha trailer revelando novos personagens
- Fatal Fury: City of the Wolves tem outro personagem CLÁSSICO confirmado!
- Fatal Fury – Relembrando o clássico da SNK
Um retorno digno com espaço para crescer
Fatal Fury: City of the Wolves não é apenas um retorno nostálgico, mas uma reinvenção inteligente. Ele respeita seu legado enquanto se adapta às demandas dos tempos modernos. Seus sistemas de combate são profundos, o conteúdo é vasto e sua identidade visual é marcante.
Apesar dos problemas no modo online, o jogo oferece uma experiência sólida e envolvente, tanto para novos jogadores quanto para veteranos da franquia. Se mantiver o suporte e continuar ouvindo sua comunidade, este pode ser o começo de uma nova era para a série — uma que não vai demorar mais 25 anos para o próximo capítulo.
Comentários estão fechados.