Daemon X Machina: análise de Titanic Scion (PS5)

Daemon X Machina: Titanic Scion faz uma impressão inicial um tanto confusa. Assim que você cria o seu protagonista, já cai direto em uma sequência de ação caótica, sem muitas explicações sobre os controles ou mecânicas do jogo. Você acaba se perdendo, cortando e atirando por corredores sci-fi repetitivos, enquanto os personagens se distraem em conversas. E para ajudar, as cenas entre as missões não são lá muito inspiradoras.

Mas, aos poucos, o jogo revela o que realmente é: uma aventura em mundo aberto, recheada de missões, com uma história bem peculiar unindo tudo isso. A trama é um pouco estranha, saltando de um estereótipo sci-fi para outro. Não chega a ser uma narrativa ruim; até que tem conceitos interessantes e temas quase pós-apocalípticos. Porém, com personagens pouco desenvolvidos e cinemáticas de qualidade duvidosa, é difícil se envolver de verdade.

Depois de escapar de uma instalação de pesquisa no espaço, seu personagem — um piloto experiente de mechs — cai em um planeta meio enferrujado, onde acaba se juntando a um grupo heterogêneo de oportunistas. O objetivo? Voltar à colônia orbital, mas para isso, você vai precisar de um poder de fogo considerável para enfrentar os tiranos daquele planeta.

A partir daí, começa uma verdadeira corrida por objetivos, fazendo você explorar cenários quase desérticos em busca de recursos e peças melhores para o seu mech. Titanic Scion se torna, no fundo, um RPG baseado em loot, onde você ajusta constantemente seu Arsenal — um mech personalizável à la Iron Man.

A quantidade de maneiras de reconfigurar seu Arsenal é impressionante. São centenas de peças, cada uma com suas próprias características e benefícios. Algumas partes impactam valores de armadura e velocidade, enquanto armas definem seu estilo de combate — e você pode ter quatro delas equipadas de cada vez.

A experimentação é a chave aqui, e provavelmente você não vai encontrar um estilo que considere ideal antes de investir muitas horas de jogo. Porém, essa constante coleta de loot pode tornar a experiência um pouco maçante com o tempo. Assim que você determinar um estilo de jogo, filtrar todos os itens que coleta apenas para encontrar um ou outro pequeno aumento de estatísticas se torna um verdadeiro trabalho.

Outro ponto que pesa são os menus confusos e o sistema complicado de organização para vender ou desmontar partes indesejadas. Mas, tirando essa parte difícil, Titanic Scion surpreende pela liberdade de exploração. O mundo aberto convida a sair em busca de novas aventuras, mas, a menos que você esteja em uma missão específica, há pouco a se ver fora do caminho habitual.

A capacidade de voar com seu mech é um dos aspectos que traz um pouco de verticalidade ao jogo. Mas, por outro lado, muitas regiões do mapa se sentem vazias, fazendo com que você percorra longas distâncias por um único baú de tesouro ou um inimigo que não dura nem alguns segundos em combate.

Quando se trata de batalha, o combate em Titanic Scion é direto, com combos simples de corpo a corpo, tiroteios básicos e esquivas temporizadas. No início, isso pode ser um pouco monótono; é só após desbloquear armas e habilidades mais avançadas que as lutas se tornam realmente emocionantes.

Um destaque são as lutas contra os chefes, que costumam ser bem divertidas. As mecânicas de mira e movimento do jogo são muito eficientes e se encaixam perfeitamente nos duelos um a um contra outros Arsenals, resultando em combates intensos e dignos de Armored Core.

Ainda assim, devido à vasta personalização do Arsenal, o combate esconde uma profundidade que pode ser explorada. Jogadores mais dedicados provavelmente vão se divertir criando combinações de armas que maximizam o dano ou controlam os oponentes de forma eficaz.

Mas aqui está a questão em que Titanic Scion acaba falhando. Para descobrir suas partes mais interessantes, você precisa passar muito tempo lidando com aspectos frustrantes do design, como missões repetitivas, um fluxo interminável de loot em sua maioria desnecessário, e ambientes que não conseguem manter o interesse.

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