Críticas ao evento Evo, maior do mundo de jogos de luta, na Arábia Saudita

A comunidade dos games de luta está agitada com a recente novidade de que o Evo, o maior evento anual do gênero no mundo, agora é co-propriedade do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, conhecido como PIF. Essa mudança gera muitas discussões entre jogadores e fãs.

Para entender melhor, o Evo era administrado por duas organizações: a RTS, especializada em gestão de talentos, e a NODWIN Gaming, uma empresa indiana de entretenimento. Recentemente, a Sony vendeu sua parte na NODWIN, mas o PlayStation ainda é o principal patrocinador do evento.

O que aconteceu é que a Qiddiya Gaming, uma divisão do PIF focada em e-sports, adquiriu a RTS, tornando o governo saudita um dos principais acionistas do Evo. Isso não foi bem recebido por muitos na comunidade de jogos de luta, que se manifestaram nas redes sociais.

As críticas se devem ao histórico controverso da Arábia Saudita, que tem sido acusada de “sportswashing”, ou seja, de investir grandes quantias em setores de entretenimento populares para tentar melhorar sua imagem, diante de um histórico de direitos humanos bastante problemático. A nação enfrenta sérias críticas pela falta de proteção legal aos direitos LGBTQ+, já que relações homoafetivas são consideradas ilegais e podem levar a punições severas, inclusive a pena de morte. Diante disso, não é surpresa que muitos vejam com descontentamento a nova gestão do Evo.

Recentemente, a Capital saudita, Riade, sediou a Copa do Mundo de E-sports 2025, um evento que atraiu olhares por oferecer prêmios exorbitantes e uma produção impressionante. Apesar das controvérsias, centenas de jogadores profissionais participaram, pois o valor dos prêmios era tentador. A pressão para competir em um sistema que assimila práticas de sportswashing é outra questão que preocupa a comunidade.

Além disso, o PIF já está conectado a desenvolvedores de jogos, como a SNK, responsável por “Fatal Fury: City of the Wolves”, que agora pertence à Arábia Saudita. Isso levanta mais preocupações sobre o futuro do Evo e se o evento pode seguir o mesmo caminho da Copa do Mundo de E-sports, servindo como uma vitrine para a riqueza saudita enquanto desvia os olhos das suas questões de direitos humanos.

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