Como os Smiths influenciaram o novo jogo de Suda51

Suda51 é um nome conhecido no mundo dos games, e com mais de 30 anos de carreira, seria compreensível pensar que ele já poderia ter esgotado as ideias. Mas seu novo projeto, Romeo Is a Dead Man, promete ser uma mistura maluca de tiro em terceira pessoa e combate corporal, mostrando que a criatividade desse diretor ainda tá a todo vapor. E não é para menos, seu portfólio inclui títulos icônicos como Killer7 e Killer Is Dead.
Recentemente, conversamos com o Suda em um espaço tranquilo durante a Gamescom, logo após experimentar uma versão inicial do jogo. Ele estava com seu habitual bom humor e ficou empolgado ao notar que mencionamos uma referência a Morrissey no jogo. Surpreendente, não é? O cantor de Manchester, conhecido por sua música melancólica, é uma grande fonte de inspiração para o diretor, que começou sua carreira na indústria de games com a série Super Fire Pro Wrestling. Aliás, um dos personagens dessa série, Morio Smith, faz alusão ao vocalista do The Smiths.
Suda nos contou sobre sua paixão pela banda. “Sou fã deles desde a adolescência e tenho um pôster do The Smiths no escritório”, comentou. Para ele, a música do grupo é uma parte fundamental de quem ele é. Não importa o que digam, a conexão que ele tem com a banda é realmente autêntica, mesmo que isso pareça contradizer sua personalidade extrovertida.
Com Romeo Is a Dead Man, Suda lançou mais uma ideia insana, mas ele também atribui parte dessa energia criativa a sua equipe na Grasshopper. "Não sou só eu criando esses jogos; temos pessoas incríveis aqui, todos cheios de boas ideias e contribuições", explicou. Durante a demonstração, ele mencionou que o jogo terá um elemento de simulação agrícola, onde os jogadores poderão cultivar "Bastards" — pequenas criaturas que auxiliam nas batalhas.
Esses assistentes vêm com habilidades variadas: enquanto alguns explodem como bombas, outros ajudam a recuperar saúde. No início, o sistema parece um pouco complicado, mas dá pra perceber que cultivar esses ajudantes será essencial conforme a campanha avança. É uma mecânica que lembra os jogos da série Atelier, onde o que você cria pode fazer a diferença nas batalhas.
Outra diversão no jogo é a coleta de ingredientes para fazer curries, numa espécie de minijogo desenvolvido por um famoso estúdio de animação japonês. Suda enfatiza que a comida sempre teve um papel importante nos jogos da Grasshopper, e desta vez ele decidiu focar no katsu curry. “Achei que era uma comida maravilhosa e queria que mais pessoas conhecessem e experimentassem”, disse ele, com um sorriso no rosto. Ele ficou ainda mais animado quando falamos sobre a rede Coco Ichibanya, especializada em katsu curry.
Embora não tenhamos jogado o suficiente para formar uma opinião completa, a combinação de tiro em terceira pessoa e combate corpo a corpo parecia surpreendentemente divertida. O jogo tem uma jogabilidade que lembra uma mistura de Shadows of the Damned com No More Heroes. "Decidimos misturar os estilos de combate e manter os dois no jogo", ele explicou. A ideia é dar ao jogador a liberdade de escolher entre um combate mais próximo ou uma abordagem à distância.
Não pense que a experiência foi fácil. Em um dos momentos, a equipe até nos incentivou a morrer, porque a tela de Game Over mostrava um vídeo acelerado de uma figura de cera sendo derretida por um lança-chamas. Segundo Suda, foi uma produção bem elaborada e custou caro. E quando perguntamos se ele achava que seus investimentos estavam sendo usados da forma certa, ele respondeu com um sorriso: “Claro!”.
O que mais podemos esperar desse título? Suda51 continua a surpreender, e Romeo Is a Dead Man promete trazer algo único.
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