Call of Duty: Black Ops 7 traz velhos conhecidos e novidades

O público ficou acostumado a esperar menos do que poderia. A franquia Call of Duty tem se repetido por anos, trazendo pequenas mudanças, mas tentando manter uma fórmula segura. O mais recente jogo, Black Ops 6, entregou o esperado: sólido e eficiente, porém sem muita personalidade. Praticamente como um clássico filme de Hollywood, sabe como agradar, mas falta um pouco de alma.
Enquanto isso, sua rival, Battlefield 6, foi ganhando espaço. Com um apelo mais audacioso e focado na guerra em sua essência, trouxe um clima de caos e improviso que muitos sentiram falta em Call of Duty. A série da Activision já tentou se reinventar algumas vezes, como em Advanced Warfare e Infinite Warfare, mas, ao saltar para o futuro, acabou se distanciando do que muitos fãs queriam: a autenticidade do combate.
O novo capítulo de Black Ops 7 traz essa reflexão. A expectativa é alta, mas a memória dos altos e baixos da série pesa. Quando a tela acende e o som toma conta, a esperança é que algo fresco e diferente esteja à nossa espera.
O respiro do open playlist
Um dos pontos que mais chamou atenção no beta de Black Ops 7 é o chamado “open playlist”, que mudou a mecânica de matchmaking. Ao invés do sistema tradicional, onde o histórico de desempenho determina quem joga contra quem, agora a busca é mais livre, priorizando a conexão e o tempo de espera.
Essa mudança dá um ar de novidade. As partidas ficam mais imprevisíveis, com momentos de pura adrenalina onde a vitória pode escapar a qualquer instante. Claro, ainda estamos em fases de testes, então somente o tempo dirá como isso se desenrolará a longo prazo. Mas a sensação de que o acaso faz parte da diversão é revigorante.
“O equilíbrio demais mata o instinto. É no erro que o jogo lembra que ainda é humano”, e essa citação fará sentido nas partidas onde a incerteza se torna parte do jogo.
No open playlist, três modos se destacam, misturando o familiar com o novo. O Mosh Pit continua trazendo modos clássicos como Team Deathmatch e Domination. Já o Mosh Pit Extremo acelera tudo, criando uma experiência mais crua. Por fim, o novo modo Overload é uma mistura de captura e transporte, um desafio que exige mais movimentação e estratégia.
Movimento: slide que puxa, parede que empurra
Uma das novidades mais interessantes é a inclusão dos Wall Jumps na mecânica de movimentação. Agora é possível se impulsionar a partir de paredes, encadeando até três saltos, o que proporciona uma nova dimensão ao combate.
O slide também permanece, mas com um pequeno ajuste que evita que ele se torne excessivo. Agora, cada salto subsequente tem menos inércia, o que faz os jogadores pensarem mais na sua trajetória e nas posições em que se encontram.
Essa dinâmica torna os mapas mais tridimensionais e dá um novo significado à verticalidade no jogo. A forma de mirar muda e se torna parte da estratégia.
Treyarch também pretende manter o time-to-kill parecido com o de Black Ops 6, mas algumas armas já começam a dominar o jogo. Para equilibrar, um ajuste nas armas está a caminho, o que tem potencial de gerar uma tensão interessante nas partidas.
Mapas e leitura: saturação, trilhos e silhuetas
Os mapas do beta seguem a tradição da Treyarch, apresentando seis arenas bem desenhadas. Destaque para Blackheart, que traz três rotas principais e várias passagens. Os ambientes maiores exigem um olhar apurado, enquanto os espaços fechados trazem intensas trocas de tiro.
A estética vibrante, com cores saturadas lembrando os títulos anteriores, ajuda a identificar os inimigos com mais facilidade, resolvendo um dos problemas que afetou as últimas versões. Porém, ainda persiste a sensação de que a série carrega um medo de arriscar mais.
Sistemas: overclocks que pedem clareza
Os overclocks deveriam ser uma inovação, mas apresentaram certas confusões durante o beta. A ideia é que cada equipamento tenha variações que impactem suas características, mas a implementação foi alterada antes do lançamento. Agora, o jogador escolhe um dos dois antes de cada partida, o que diminui a estratégia em tempo real durante o jogo.
Ainda existem boas ideias nesse conceito, mas a falta de integração entre os sistemas é notória. A implementação precisa de mais coerência para que o ritmo das partidas realmente mude.
Os scorestreaks também retornam, mas precisam de um balanço melhor. Há momentos em que a batalha se encontra repleta de explosões, enquanto em outras, a pontuação não flui como deveria. O equilíbrio se mostra um desafio contínuo.
Overload: carregar um raio no bolso
O modo Sobrecarga modifica a dinâmica de jogo. Um único dispositivo precisa ser capturado e levado até a zona inimiga. Enquanto carrega, o jogador ganha um radar e se torna um alvo visível, o que muda a interação entre os times.
O ritmo do jogo fica intenso e o mapa respira de forma diferente, os jogadores precisam encontrar um equilíbrio entre ataque e defesa. É uma forma nova e emocionante de vivenciar o combate, fugindo do repetitivo.
Porém, o beta também traz inseguranças sobre sua permanência. Parece que a Treyarch está usando este test drive para observar o que funciona e o que não funciona. Os fãs, atentos, lembram-se de que as inovações podem ser temporais e isso pode gerar tensão.
Os gráficos e a estética futurista, embora visualmente impactantes, poderiam prejudicar a leitura do mapa em momentos críticos. Quando o design se destaca mais do que a funcionalidade, a experiência de combate pode se perder.
Além disso, preocupações com a possibilidade de trapaças no beta são reais. Elementos como cheaters podem moldar a percepção do jogo, prejudicando a experiência geral.
O que se percebe é que Black Ops 7 enfrenta a expectativa de revolucionar ao mesmo tempo que a incerteza de não repetirem os erros do passado. Essa combinação de potencial e medo é fascinante e angustiante.
Os pré-pedidos, pelo que se ouve, estão abaixo das expectativas. Em um mundo competitivo como este, o futuro de Call of Duty é incerto. E é nesse cenário que começa a contagem regressiva para o próximo grande confronto nos consoles.


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