Avaliação de Little Nightmares III (PS5)

Jogar Little Nightmares III é como reencontrar um sonho conhecido. Os fãs da série vão reconhecer o clima logo nos primeiros momentos. A Supermassive Games decidiu não reinventar a roda, mantendo a essência grotesca do terror e os quebra-cabeças encantadores que sempre marcaram a série.

Esta é a primeira vez que o jogo não é desenvolvido pela Tarsier Studios. Inicialmente, houve uma certa apreensão, especialmente porque a desenvolvedora, conhecida por Until Dawn, trouxe um modo cooperativo online nesta nova versão. Confesso que tentamos jogar em dupla, mas organizar uma partida durante o período de análise foi um verdadeiro desafio! No fim, jogar sozinho acabou se mostrando a melhor escolha.

Little Nightmares III é um jogo de plataforma e quebra-cabeças onde você pode escolher entre Low e Alone, dois melhores amigos em busca do caminho de casa. Ambientado no Spiral, um novo conjunto de locais perturbadores, desde um carnaval macabro até uma fábrica de doces distorcida, o jogo envolve resolver desafios ambientais enquanto você evita ser capturado por antagonistas realmente assustadores.

Ao sair das paisagens conhecidas de The Maw e Pale City, a Supermassive levantou dúvidas sobre se o novo cenário poderia diluir a essência que tornava Little Nightmares tão especial. Mas, refletindo sobre a experiência após completar a aventura de 4 a 6 horas — duas vezes, aliás —, essas preocupações parecem menos relevantes.

Diferente dos dois primeiros jogos, que eram divididos em cinco capítulos, este novo título tem quatro capítulos, com dois DLCs planejados para o futuro. Você vai explorar lugares como a Necropolis, cheia de corpos, atravessar poças de pirulitos na Candy Factory e se infiltrar por corredores genéricos do Instituto. Cada capítulo leva em média uma hora para ser concluído, sendo o terceiro, Carnevale, um pouco mais extenso, proporcionando uma experiência intensa por tendas encharcadas e luzes piscantes.

A Supermassive entendeu bem a estética que tornou Little Nightmares tão icônica, capturando aquela sensação única de tensão e atenção aos detalhes. Contudo, a sensação de déjà vu é grande, com muitos quebra-cabeças e cenas que remetem aos jogos anteriores. Logo no começo, encontramos um monstro, o Baby Monster, quase idêntico ao famoso quebra-cabeça do zelador do primeiro jogo.

Embora seja tentador comentar sobre os novos vilões horripilantes, prefiro não entregar muito. O jogo toca as mesmas notas sombrias e perturbadoras dos anteriores, e é melhor que você sinta na pele essas experiências.

Graficamente e sonoramente, Little Nightmares III se mantém fiel à fórmula que os fãs adoram. A maior novidade é, sem dúvida, a opção de co-op, algo inédito na série. Você e seu amigo vão se ajudar a executar ações como arremessar sapatos em botões fora de alcance ou rastejar em tubos de ventilação apertados, enfrentando monstros grotescos pelo caminho.

Antes, em modo solo, você restringia suas ações a um único personagem, enquanto agora as responsabilidades são divididas, embora a jogabilidade permaneça semelhante. Logo no início, você deve escolher entre Low, o viajante de máscara, e Alone, a corajosa com seu cabelo vermelho. Cada um tem suas habilidades específicas, e a progressão de um depende do outro — um aspecto divertido, mas que poderia ter se beneficiado de mais variedade nos desafios.

No entanto, jogar com um parceiro controlado por IA pode ser uma caixa de surpresas. Esperávamos que o bot fosse tão cooperativo quanto a Six de Little Nightmares II, e felizmente, temos uma ajuda eficaz, permitindo dar comandos com menos frustrações. Faltou, no entanto, uma mecânica que permitisse alternar entre personagens em cada parte do jogo, algo que ajudaria muito.

Sobre o desempenho, jogamos Little Nightmares III em um PS5 padrão, preferindo o modo Beleza para um toque extra de detalhes, mas a diferença visual entre os modos é mínima. O importante é que o jogo flui bem do início ao fim, proporcionando uma experiência envolvente e intrigante.

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