Arc Raiders decola, desenvolvedora defende uso de ferramentas de IA

Você provavelmente já ouviu falar de ARC Raiders, um jogo online de tiro em equipe que está conquistando o mundo dos games. Com uma quantidade impressionante de jogadores e um feedback super positivo da crítica, parece que o jogo é um sucesso absoluto. No entanto, ele também sofreu algumas críticas.
A desenvolvedora Embark Studios utilizou algumas ferramentas de inteligência artificial (IA) na criação do jogo, o que gerou debates sobre sua abordagem. Stefan Strandberg, o diretor criativo da empresa, veio a público para explicar como essas ferramentas foram empregadas.
Em uma conversa com a Eurogamer, Strandberg deixa claro que a IA generativa não foi utilizada no desenvolvimento de ARC Raiders. Ele detalha os tipos de ferramentas de IA que foram utilizadas e como elas contribuíram para a jogabilidade. “Nós usamos a IA como ferramenta para ajudar na criação de alguns conteúdos, mas sempre dentro de um contexto de criatividade, como uma expressão da equipe,” afirma ele.
Um exemplo interessante que ele destaca é o comportamento dos inimigos no jogo. A locomoção de alguns deles foi treinada com aprendizado de máquina, o que gera momentos impressionantes. Se você disparar em uma das pernas de um inimigo, ele tenta se equilibrar. Isso é a IA em ação.
Além disso, o jogo também utiliza tecnologia de texto-para-fala, combinada com dublagens de verdadeiros atores. “Acabei de sair de uma gravação há dois dias com dois ótimos atores que você ouviu no trailer de pré-venda,” comenta Strandberg. Para ele, a dinâmica entre os atores é insubstituível.
“Essa tecnologia nos permite ampliar o escopo do jogo em áreas onde é necessário, ou em situações onde a repetição fica tediosa e os dubladores podem não achar um trabalho valioso,” explica ele. Assim, enquanto a IA ajuda a aumentar a escala do jogo, a experiência de jogo não depende de IA generativa.
Strandberg enfatiza que implementar essas ferramentas na rotina do estúdio ajudou a manter a equipe menor e mais eficiente. Ele aponta que equipes grandes, que se tornaram comuns em estúdios mais antigos, podem ser insustentáveis e correm o risco de colapsar.
“Quando começamos o estúdio, falávamos sobre como aproveitar mais essas tecnologias que surgem, diferentemente de estúdios formados há 15 anos que têm uma estrutura diferente. Nós começamos com este pensamento: como podemos tirar proveito de novas tecnologias, mantendo a equipe pequena e assumindo riscos criativos?” fortalece ele.
Apesar do uso da IA, ele reitera que essa tecnologia não substitui os desenvolvedores humanos. “Não há atalhos para criar grandes jogos. É preciso ter muitos fatores em jogo: uma visão clara, uma boa cultura organizacional e objetivos bem definidos,” conclui.
Independentemente das opiniões sobre o uso da IA, o que fica claro é que ARC Raiders e o anterior The Finals têm sido grandes sucessos para o estúdio.


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