Análise de Sword of the Sea (PS5)

Giant Squid é uma desenvolvedora conhecida por criar experiências indie encantadoras e relaxantes. Seu mais recente lançamento, Sword of the Sea, já gera comparações com o aclamado Journey, mas quem mergulha neste jogo percebe que ele traz uma identidade única, sendo uma das obras mais refinadas do estúdio até agora.
À primeira vista, Sword of the Sea parece uma mistura de Journey e ABZU, dando uma pitada de The Pathless. O jogo combina exploração meditativa com desafios de plataforma, tudo isso imerso em uma narrativa simples, mas envolvente.
O jogo dura cerca de três horas — que podem ser menores em jogatinas consecutivas — e leva você por desertos e cidades abandonadas de uma civilização esquecida. Tudo começa com o despertar do seu personagem, que pode deslizar sobre uma espada como se fosse uma prancha de surfe. Os controles são muito fluidos, e a movimentação, especialmente em ambientes mais amplos, é uma verdadeira delícia.
Porém, Sword of the Sea surpreende pela sua velocidade. Para avançar, os jogadores precisam dar um pouco mais de atenção às manobras, pois os desafios de plataforma se tornam mais exigentes ao longo do jogo. Acabar caindo em um abismo não é tão punitivo, já que você volta rapidamente ao solo. Apesar disso, o jogo exige mais envolvimento do que seus antecessores.
Os quebra-cabeças, embora simples, pedem uma boa observação do ambiente. Aqui, Sword of the Sea se apresenta como um jogo mais robusto do que Journey ou ABZU. É possível acumular pontos ao executar manobras na sua "surf espada". Aprender e dominar esses truques é uma opção, mas há uma camada adicional de jogabilidade que pode atrair aqueles que buscam entrar na competição.
Contudo, essa dinâmica de pontuação e coleta pode, em alguns momentos, tirar a leveza da experiência. Journey é admirado por sua abordagem minimalista; ele se concentra em uma narrativa fluida, quase sem interferências típicas de jogos convencionais, como pontuações ou itens colecionáveis.
Diferentemente disso, Sword of the Sea oferece uma variedade de colecionáveis e mensagens de lore, o que pode quebrar um pouco o fluxo das jogatinas e forçar os jogadores a voltar a locais apenas para desbloquear novos truques. A verdade é que o jogo brilha quando você simplesmente desliza pela paisagem, apreciando cada momento sem distrações.
Visualmente, o jogo é um espetáculo. Com paletas de cores vibrantes e uma direção de arte impressionante, é impossível não se deixar levar. A trilha sonora, composta pelo talentoso Austin Wintory, traz uma mistura de melodias sutis com momentos intensos que se encaixam perfeitamente nas situações.
Um dos aspectos mais fascinantes é a habilidade do protagonista de restaurar água e vida aquática em um mundo árido. Isso gera cenas deslumbrantes: lagos transparentes e peixes voando pelo ar, transformando os ambientes em verdadeiros sonhos.
Após finalizar o jogo, você pode voltar a Sword of the Sea pelo modo New Game+. Isso permite que você jogue com todos os truques já desbloqueados, além de adicionar elementos de HUD para acompanhar sua velocidade e pontuações de técnica. Dado seu tempo curto de jogo, é uma experiência que vale a pena revisitar para absorver tudo de novo de uma forma mais fluida.
Sword of the Sea talvez não cause o mesmo impacto que Journey, mas definitivamente é uma evolução dessa experiência mágica. É um jogo visualmente encantador, recheado de cenários que convidam à exploração. Mesmo que suas mecânicas mais “jogáveis” pareçam um pouco forçadas às vezes, isso não diminui o prazer de viver essa aventura.
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