Análise de Ready or Not: é um bom investimento?

Prontos ou não, vamos nessa! O jogo Ready or Not traz toda a intensidade que a famosa brincadeira do esconde-esconde oferece. Este FPS (first-person shooter) tático é cheio de objetivos e cria uma atmosfera de perigo em cada porta fechada ou canto escuro. Aqui, é fundamental que você esteja preparado, caso contrário, a situação pode ficar bem tensa rapidamente.

Desenvolvido pela VOID Interactive, o game é uma experiência imersiva e, diferente de outros títulos populares de guerra, apresenta um gameplay que não busca diversão leviana. As operações táticas são cruas e brutais, mexendo com temas sensíveis, e fazem com que o jogador enfrente diversas situações que simulem confrontos reais, refletindo na vida de civis, criminosos e policiais.

Ao contrário de jogos como Call of Duty ou Battlefield, onde a ação é frenética e cheia de explosões, Ready or Not pede que os jogadores façam uma reflexão cuidadosa antes de agir. Cada decisão conta: você deve comandar sua equipe, escolher os equipamentos certos e seguir abordagens específicas. Cada um desses elementos pode ser a diferença entre completar a missão com sucesso ou se ver em um verdadeiro desastre.

Los Sueños ou El Pesadelo?

Na cidade de Los Sueños, a equipe da SWAT enfrenta os mais variados cenários criminosos. O novo comandante, David “Juiz” Beaumont, é o responsável por coordenar as ações para desmantelar organizações perigosas e garantir a segurança dos civis. O jogador se vê no papel de um comandante que, em situações que vão desde assaltos simples até ações terroristas, precisa decidir as funções de sua equipe e o nível de agressividade a ser adotado.

O que é bem legal no jogo é que você participa não só como comandante, mas também atua diretamente como operador. Na sua função de operador, é preciso dar voz de prisão, coletar provas e se envolver em confrontos. Já como comandante, sua responsabilidade é planejar estratégias como lançar granadas e arrombar portas, tudo em um ritmo bem sincronizado.

O Modo Comandante tem 18 missões únicas que abordam temas delicados, mantendo a tensão elevada. Cada fase tem uma série de objetivos que podem ser bem-sucedidos ou não, dependendo das suas decisões. O Modo Padrão oferece uma dificuldade equilibrada, enquanto o Modo Difícil é para quem realmente busca desafios intensos.

Além disso, a campanha principal dura cerca de 15 horas. Mas se você quiser prolongar a diversão, o Modo Multiplayer permite formar um esquadrão com amigos e tentar realizar as missões buscando a perfeição. Jogar sozinho pode ser complicado, porque a comunicação efetiva faz toda a diferença.

Se vira!

Antes de encarar cada missão em Ready or Not, os jogadores recebem um briefing sobre vítimas, criminosos e uma visão geral da situação. E é aí que a coisa fica interessante: depois disso, é por sua conta. Embora essa abordagem estimule o jogador a pensar por si mesmo, o sistema e as mecânicas da progressão deixam a desejar.

O tutorial inicial é útil, mas, após isso, não há mais explicações sobre as ferramentas disponíveis para o comandante. Isso pode ser confuso, pois, enquanto você aprende a dar ordens e usar equipamentos no começo, a quantidade de informações pode embaralhar tudo nas missões seguintes.

A verdade é que não existe um sistema de progressão contínua nas fases. Todos os recursos estão disponíveis desde o início do jogo. Se você se lembrou de como usar, ótimo. Se não, é um desafio adicional. Em um lado, é bom para estimular a criatividade do jogador, mas poderia haver uma forma mais organizada de apresentar as informações.

Não dá para ignorar também que a adaptação do PC para os consoles não foi feita com tanto cuidado. O jogo foi originalmente lançado para computadores, onde os comandos do teclado são mais intuitivos. Em contrapartida, algumas mecânicas essenciais não foram bem ajustadas, especialmente no que diz respeito ao sistema de dar ordens aos agentes.

Quando você tenta usar as rodas de opções ao apertar L1 ou R1, pode acontecer de se sentir frustrado, dado que algumas seções têm mais opções que outras. Em momentos de tensão, com reféns em risco, é normal perder a paciência com essa falta de praticidade.

Oito ou oitenta

Ready or Not tem uma habilidade incrível de criar tensão em suas missões com situações dramáticas. Porém, peca na parte visual. Alguns cenários mostram gráficos que não estão à altura, como sombras que não condizem com a realidade apresentada. Além disso, houve um downgrade na representação humana para conseguir que o jogo fosse aceito nos consoles, o que gerou críticas bastante negativas de muitos jogadores.

Apesar disso, a mecânica do jogo não é afetada de forma geral, mas levanta uma pergunta: se o título já causa impacto com a dramaticidade atual, com um visual mais realista poderia provocar uma experiência ainda mais imersiva e profunda.

Uma boa observação é a construção dos cenários e dos agentes da SWAT. Cada fase tem suas próprias peculiaridades, trazendo um tom de terror misturado a uma pitada de esperança. O jogador é apresentado a uma diversidade enorme de portas, saídas e locais para isolar ou invadir. Isso cria um verdadeiro playground, oferecendo infinitas possibilidades de abordagem.

Ready or Not: vale a pena?

Para quem busca uma experiência estratégica, mais cadenciada e complexa, Ready or Not se destaca no mercado. O preço de R$ 284,90 na PS Store pode ser um pouco salgado, mas a proposta do jogo vale a pena para quem está disposto a enfrentar suas falhas.

Embora tenha alguns defeitos que poderiam tornar tudo mais atrativo e melhorar o aprendizado, o jogo possui um forte apelo ao lidar com temas sensíveis em um ambiente tão tenso. Aqui, não há espaço para skins ou emotes de vitória. Aqui, os agentes precisam de um bom suporte psicológico e decisões certeiras do comandante para evitar perdas significativas. Pronto ou não, a SWAT está a caminho!

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