Análise de Full Metal Schoolgirl (PS5)

Full Metal Schoolgirl é um jogo que, apesar de seu tema de estudantes robóticos lutando contra um regime opressivo, traz uma experiência estranhamente cativante. No mundo em que a inteligência artificial tomou conta, você se vê na pele de cadetes cibernéticos, com braços em forma de motosserra, enfrentando uma corporação tirânica que controla a economia de Tóquio. A missão? Subir na hierarquia corporativa e fazer justiça contra o CEO obscuro dessa empresa.
Desenvolvido pela Yuke’s, um veterano da indústria japonesa, o jogo tem um estilo que lembra Returnal, mas com aquele toque de anime que os fãs adoram. Cada andar do quartel-general fictício oferece desafios gerados aleatoriamente, intercalados com combates intensos.
### Jogabilidade e Combate
A mistura de tiro em terceira pessoa com ação de combate corpo a corpo é bastante satisfatória. No entanto, muitos sentirão que os controles padrão poderiam ser mais responsivos. Fomos obrigados a ajustar as configurações da câmera para encontrar a sensibilidade ideal. Depois de calibrar o controle DualSense, o combate se torna fluido: atirar de forma rápida se encaixa perfeitamente ao se aproximar dos inimigos, finalizando-os com golpes potentes.
As armas disponíveis têm características distintas. Por exemplo, os machados são pesados e lentos, mas causam muito dano, enquanto as lâminas são rápidas, mas menos eficazes. À medida que você avança, é possível encontrar equipamentos raros que podem mudar o jogo.
E como qualquer roguelite, a sorte também desempenha um papel importante. Às vezes, você se depara com as armas perfeitas, enquanto em outras tentativas, precisará improvisar. É aí que a emoção entra!
### Desafios e Progresso
É claro que nem tudo são flores. O jogo pode frustrar, especialmente quando alguns inimigos — como robôs voadores que soltam barris explosivos — se tornam um verdadeiro pesadelo. Porém, o charme do jogo reside no fato de que cada tentativa te aproxima do progresso. Cada inimigo derrotado gera recursos que podem ser usados para melhorias permanentes, como aumento de saúde e danos, além das reanimações.
No início, o jogo pode parecer um pouco punitivo, descontando parte da sua renda acumulada, mas esse problema diminui conforme você melhora. Ao subir andares, novos ambientes e desafios aparecem. O visual corporativo pode se tornar repetitivo, mas a equipe de arte se esforçou para garantir que os andares superiores tenham algo novo a oferecer.
### Encontros com Chefes
À medida que você avança, encontrará chefes que representam um desafio adicional. Às vezes, pode ser possível contorná-los usando chaves de elevador, mas isso nem sempre é garantido. Essa repetição pode tornar a experiência um pouco maçante, especialmente considerando que algumas partidas podem durar até uma hora. Isso pode ser desanimador quando você acaba morrendo.
Em todos os andares, um aspecto interessante é que as partidas são apresentadas como transmissões ao vivo, com mensagens de chat surgindo na tela. Algumas salas contam com solicitações especiais para completar desafios, rendendo recompensas extras.
### Estilo e Refinamento
Embora o jogo tenha uma proposta divertida e atraente, notamos que alguns refinamentos são necessários para alcançar um polimento maior. As transições de animação, por exemplo, podem ser um pouco desleixadas ao sair de uma corrida, o que tira um pouco da fluidez.
No geral, essas críticas são mínimas e refletem o orçamento relativamente modesto do jogo. Com um preço de $49,99, ele está na faixa mais alta para jogos independentes, mas ainda é mais acessível que muitos títulos AAA.
### A Experiência Final
Full Metal Schoolgirl possui aquele fator “só mais uma partida” que é tão cativante nos roguelites. Sua proposta provocativa encaixa-se bem nos tempos atuais, e a jogabilidade, com algumas melhorias, oferece uma combinação interessante de ação e tiro em terceira pessoa. Este jogo não é perfeito, mas tem um coração robótico que funciona bem em sua rica e divertida narrativa.
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