Depois de jogar os dois primeiros episódios de Dispatch, podemos afirmar que essa aventura interativa tem um grande potencial. No entanto, como ainda faltam seis episódios para serem lançados nas próximas três semanas, estamos um pouco hesitantes em fazer uma recomendação completa.
Isso acontece porque não sabemos ainda o quanto Dispatch realmente se configura como um jogo. Existem escolhas de diálogo e minijogos, mas a maior parte da experiência parece mais com um desenho animado interativo. Vamos ter que esperar para ver como nossas decisões e habilidades nas miniações influenciam a trama nos episódios seguintes. A produção é de alta qualidade, o que nos faz questionar se a história realmente terá variações significativas.
Apresentação de Alto Nível
A apresentação de Dispatch é impressionante. É tudo muito bem animado e dirigido, alcançando níveis que geralmente vemos em projetos de grandes orçamentos de plataformas de streaming, mas aqui você tem voz sobre como as cenas se desenrolam. Nas primeiras missões, as suas escolhas nos diálogos resultam em alterações sutis no roteiro, embora o jogo te ofereça aquelas mensagens do tipo “[Personagem] vai lembrar disso”, popularizadas por jogos como The Walking Dead.
Ainda não sabemos se esse retorno vai ter um impacto real, mas estamos curiosos para saber como a trama se desenrolará. Você assume o papel de Robert, um super-herói que não anda lá essas coisas numa cidade cheia de aspirantes a heróis de capa. O jogo traz uma visão cômica e muitas vezes cínica do gênero super-herói, e a escrita é ágil, fazendo tudo funcionar bem.
A Dinâmica do Superhero Dispatch Network
Robert acaba fechando um acordo com a Superhero Dispatch Network (SDN), que promete financiar seu retorno ao estrelato em troca de sua ajuda para coordenar uma equipe de ex-vilões desajustados. Atuando como operadora, Robert despacha seus novos aliados pela cidade em resposta a emergências públicas. Essa é uma das partes mais interessantes do jogo.
Nos dois episódios disponíveis até agora, há trechos em que você deve enviar membros de sua equipe em várias missões. Isso acontece em uma tela de mapa; cada missão tem um limite de tempo, e seu trabalho é escolher o super-herói certo para a tarefa. Cada um dos seus aliados possui características e habilidades únicas. Alguns são ótimos em combate, enquanto outros se destacam em resolver problemas com diálogos. Então, se uma missão exige alguém ágil, você pode optar por Invisigal, uma jovem de língua afiada que se destaca em operações furtivas por conta de sua capacidade de… bem, se tornar invisível.
Escolher o super-herói certo aumenta muito suas chances de sucesso. Porém, depois de cada missão, os membros da equipe precisam descansar, e a verdadeira dificuldade está em gerenciar adequadamente o seu time.
Além disso, há um sistema bacana na SDN. Seus super-heróis ganham experiência e sobem de nível conforme completam trabalhos, permitindo que você aumente suas habilidades e desbloqueie novos bônus.
O Humor e a Personagem
A princípio, pode parecer que olhar para a tela da SDN quebra o ritmo de Dispatch — especialmente em termos de narrativa. Mas já conseguimos ver esse aspecto se tornando bastante viciante, especialmente à medida que Robert conhece melhor sua equipe. Esses relacionamentos podem ser fundamentais para o jogo como um todo. Nos dois primeiros episódios, não há muito tempo de tela dedicado a essa turma peculiar, mas o potencial é claro.
Agora, é bom lembrar que o humor é super subjetivo. Se você não é fã de muito palavreado e referências a tendências culturais atuais, pode acabar se desapontando rapidamente com Dispatch — não importa o quão carismáticos os personagens sejam. O humor é muito americano e muito afiado, e isso pode não agradar a todos.
Por sorte, o trabalho vocal ajuda a salvar o roteiro na maioria das vezes. Algumas falas podem ser embaraçosas, mas são bem carregadas por atuações excepcionais. O Aaron Paul, de Breaking Bad, mantém Robert com os pés no chão, mesmo com a quantidade de situações exageradas apresentadas.
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