Aila, um jogo de terror brasileiro surpreendente

O universo dos jogos de terror brasileiros ganha destaque com AILA, um projeto do estúdio Pulsatrix. Disponível para PC, Xbox Series X|S e PS5, o jogo utiliza a poderosa Unreal Engine 5 e, mesmo com um orçamento limitado, consegue oferecer gráficos impressionantes e uma experiência imersiva.
Contexto e Performance
Antes de mergulharmos na análise, vale mencionar que, apesar das limitações financeiras, os gráficos são de qualidade e criam um ambiente extremamente imersivo, especialmente na parte sonora e narrativa. Mas não se engane: por ser desenvolvido na Unreal Engine 5, o jogo demanda um equipamento mais robusto.
Ao testar AILA em um PC com especificações top de linha, como um processador AMD Ryzen 7 e uma NVIDIA GeForce RTX 5070 Ti, o desempenho foi satisfatório, rodando em 4K com todas as opções no máximo, alcançando entre 80 e 100 FPS. Essa fluidez trouxe uma jogabilidade envolvente, seja no teclado ou no controle.
História e Narrativa de AILA
Em AILA, você assume o papel de Samuel, um beta tester de uma inteligência artificial lúdica. O que começa como uma narrativa simples se transforma em uma trama com profundas nuances psicológicas. Ao explorar o apartamento de Samuel, você encontra pistas que enriquecem a história, permitindo uma experiência mais envolvente. É como se você estivesse montando um quebra-cabeça, onde cada detalhe tem seu valor.
Os desfechos do jogo são variados, dependendo das escolhas que o jogador faz ao longo da jornada. Essa dinâmica aumenta a profundidade da narrativa, fazendo com que cada partida seja única.
Gráficos e Aspectos Técnicos
Os gráficos de AILA são uma mistura interessante de ambição e realidade. Apesar de algumas limitações típicas de um título indie, a Pulsatrix conseguiu criar um mundo visualmente cativante. Porém, há momentos em que os NPCs se movem de forma um pouco truncada, o que pode tirar a imersão. Mas, dada a natureza do orçamento, isso não chega a ser um grande problema.
Imersão Sonora e Dublagem
O trabalho sonoro é notável: os efeitos são nítidos e realistas, desde os sons de armas até as vozes dos personagens. Optei pela versão em português da dublagem, que é boa, embora em alguns momentos pareça um pouco superficial. No entanto, a produção sonora ajuda a manter a tensão e a atmosfera do terror.
Jogabilidade: Quebra-cabeças e Ação
Cada fase de AILA tem uma proposta única. Algumas são mais voltadas para a ação, enquanto outras enfatizam a exploração e a resolução de enigmas. Durante o jogo, você notará que, embora algumas partes exijam raciocínio mais profundo e sejam desafiadoras, todas são solucionáveis se você prestar atenção nas dicas fornecidas.
Pontos de Melhoria
Apesar de muitos aspectos positivos, há momentos em que a ação se torna um pouco travada, principalmente em lutas mais intensas. A movimentação dos NPCs, por exemplo, pode ser um pouco limitada, o que afeta a fluidez do combate. Mas isso é uma característica comum em jogos desse tipo.
O Resultado Final Apresentado pela Pulsatrix
O desfecho de AILA é satisfactorio, com uma narrativa bem amarrada e um final que faz sentido. Mesmo com alguns momentos menos agradáveis, a história cativa e impulsiona o jogador a continuar.
Se você é fã de jogos de terror, AILA vale a pena. Com um preço de lançamento de R$ 79,95, oferece uma experiência rica e a certeza de que está apoiando o desenvolvimento de jogos independentes no Brasil.
É sempre refrescante ver o trabalho apaixonado de uma equipe que, mesmo com recursos limitados, entrega algo tão interessante e envolvente. A jornada pode apresentar desafios, mas a imersão e a narrativa fazem valer a pena.


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