A força do Dispatch está na gestão e na escolha narrativa

AdHoc Studio, formado por ex-integrantes da Telltale Games, está chegando com força total com seu primeiro jogo, Dispatch. A proposta é um pouco inusitada: uma comédia de trabalho com super-heróis. E pelo que vimos, a jogabilidade lembra bastante títulos como Tales from the Borderlands.
Dispatch é um jogo de aventura focado na narrativa, dividido em episódios e com diálogos que mudam o curso da história, impactando os personagens e seus relacionamentos. No centro da trama está Robert Robertson, que um dia foi conhecido como Mecha Man, um herói que usava uma armadura gigante para combater o crime. Depois de ter sua armadura destruída, ele se vê sem dinheiro para consertá-la e é forçado a se aposentar.
A nova fase de Robert começa quando ele consegue um emprego na SDN (Superhero Dispatch Network), tanto que agora ele é o responsável por uma equipe de ex-vilões. Se ele se sair bem, a empresa promete ajudar a financiar a nova armadura. Uma proposta e tanto, não é mesmo?
Na demonstração que acompanhamos, a escrita é afiada e há várias oportunidades de influenciar a narrativa através das escolhas de diálogo. O jogo tem um visual de tirar o fôlego e uma animação caprichada. O time de AdHoc mencionou que querem capturar a essência de uma série animada de sucesso, e, pelo que vimos, eles estão realmente conseguindo isso com a qualidade do trabalho.
### Um Toque de Gerenciamento
Um ponto que torna Dispatch ainda mais interessante são as missões de gerenciamento. Robert precisa identificar problemas na cidade e decidir qual herói é o mais indicado para resolver cada situação. Cada membro da equipe, carinhosamente chamado de Z Team, tem suas próprias habilidades e características que devem ser levadas em conta.
Por exemplo, em uma cena demonstrativa, um cidadão precisa que um balão seja resgatado de uma árvore. Para isso, o herói ideal deve ter alta mobilidade e carisma. O jogo compara as estatísticas do herói com as necessidades da missão, o que determina a chance de sucesso. Além disso, é possível falhar em chamados de emergência se não chegar a tempo, e os heróis podem se machucar ou ficar fora de ação.
Pela intensidade das situações, Robert sempre terá que priorizar onde direcionar sua equipe, o que promete ser um desafio interessante. E claro, os heróis também interagem entre si e com Robert, proporcionando bons momentos de descontração e humor.
### Evoluindo as Habilidades
A gestão não para por aí. Cada herói ganha pontos de habilidade que podem ser investidos em suas características, deixando-os mais fortes para as futuras missões. A mecânica parece muito bem integrada ao contexto do jogo, trazendo uma evolução encantadora que faz todo sentido.
Além disso, as partes de gestão se entrelaçam com momentos mais roteirizados. Em uma das demos, a heroína Invisigal, dublada por Laura Bailey, investiga uma loja de donuts onde o dono foi desmaiado. Robert a ajuda monitorando tudo por câmeras de segurança e, para acessar mais câmeras, realiza um mini-jogo onde precisa conectar nodos e encontrar chaves. O sistema parece simples, mas pode incluir pressões de tempo que aumentam a tensão.
### Uma Fusão Harmoniosa
Esse casamento entre gerenciamento e narrativa torna Dispatch realmente único. È claro que a influência da Telltale está presente, mas com um toque mais dinâmico em termos de jogabilidade e uma história divertida e original. O visual está impecável e, se o jogo conseguir entregar interações de personagens significativas e uma narrativa envolvente, promete ser uma grande experiência.
O título está confirmado para o PS5 e será lançado em episódios, com a estreia prevista para as próximas semanas. É um dos lançamentos que muitos estão de olho.
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