Estúdios chineses desafiam limites no Japão, diz Shuhei Yoshida

A indústria de games chinesa vem se expandindo nos últimos anos, saindo do foco quase exclusivo nos jogos mobile e conquistando espaço em consoles e PCs. Shuhei Yoshida, ex-chefe da divisão PlayStation, aponta uma razão clara para o sucesso dos estúdios chineses, que têm produzido títulos como Genshin Impact, enquanto a indústria japonesa parece ficar para trás.

Em uma conversa com o site 4Gamer, Yoshida expressou sua admiração pela rapidez com que as desenvolvedoras da China produzem jogos. Ele disse que as equipes são muito flexíveis e conseguem fazer mudanças rápidas, o que é uma vantagem competitiva em um mercado que muda rapidamente.

Yoshida mencionou também suas conversas com a miHoYo, a criadora de Genshin Impact, e ressaltou as dificuldades que os desenvolvedores japoneses enfrentariam para replicar esse modelo de produção, além das barreiras legais que surgiriam durante esse processo.

Shuhei Yoshida destaca a força dos estúdios chineses

Ele não entrou em detalhes sobre questões trabalhistas, mas ficou claro que as práticas frequentemente criticadas no Japão e nos EUA “não se aplicam à China”. Segundo Yoshida, o país tem sido eficaz em montar grandes equipes de desenvolvimento que, segundo ele, “trabalham por longas horas”.

Na prática, isso significa que a indústria chinesa adotou posturas que eram comuns antigamente em estúdios mais conhecidos, como PlayStation, Capcom e Nintendo. Nas décadas de 80 e 90, era comum que equipes de desenvolvimento não saíssem dos escritórios durante dias ou até meses para finalizar projetos.

Recentemente, no entanto, a prática de exigir que equipes trabalhassem longas horas sem remuneração, conhecida como crunch, gerou críticas e foi abandonada por muitos estúdios.

Além de Genshin Impact, outros jogos como Black Myth: Wukong e Phantom Blade Zero também têm chamado a atenção no cenário internacional. É importante ressaltar que outros países, como Coreia do Sul e Japão, continuam a brilhar, especialmente por suas narrativas que refletem as culturas locais.