Vendas de Call of Duty: Black Ops 7 despencam

O lançamento de Call of Duty: Black Ops 7 não trouxe os números grandiosos que a Microsoft e a Activision esperavam. Segundo um relatório divulgado pelo The Game Business, as vendas do novo título ficaram bem abaixo dos últimos lançamentos da franquia — e também perderam terreno para o principal concorrente, Battlefield 6.

De acordo com dados da GSD, tanto as vendas físicas quanto digitais de Black Ops 7 caíram 63% em comparação a Battlefield 6. É uma diferença expressiva, especialmente quando se considera que o título da EA não está disponível em nenhum serviço de assinatura. Ou seja, quem quis jogar Battlefield 6 precisou realmente comprá-lo.

Isso pode distorcer um pouco a percepção sobre a performance de Call of Duty, já que uma boa parte do público está jogando via Xbox Game Pass, sem precisar adquirir o jogo separadamente. Mesmo assim, os números chamam atenção e levantam dúvidas sobre o futuro da franquia.

Queda também em relação ao ano passado

O dado mais preocupante, porém, vem da comparação interna. Em relação a Call of Duty: Black Ops 6, lançado no ano anterior, Black Ops 7 registrou uma queda superior a 50% nas vendas combinadas (digitais e físicas).

Embora o fator Game Pass ajude a justificar parte dessa diferença, vale lembrar que o jogo anterior também estava disponível no serviço de assinatura — e, ainda assim, vendeu bem mais. Isso indica que talvez não seja apenas uma questão de acessibilidade, mas de interesse real do público.

Será que os jogadores estão começando a se cansar do ritmo anual de lançamentos? Ou o novo título simplesmente não trouxe inovações suficientes pra empolgar os fãs de longa data? Essas são perguntas que o mercado começa a fazer.

Mesmo com tudo isso, ainda é o jogo mais vendido da semana

Apesar dos números abaixo das expectativas, Call of Duty: Black Ops 7 ainda conseguiu uma façanha notável: foi o jogo mais vendido da Europa na semana de lançamento (encerrada em 16 de novembro).

O título superou nomes de peso em unidades vendidas e receita gerada, mostrando que, mesmo em “queda”, Call of Duty continua sendo uma das marcas mais fortes da indústria. Já Battlefield 6, o principal concorrente, ficou apenas na quarta posição em vendas no mesmo período.

Isso mostra que, enquanto as vendas absolutas podem estar menores, o poder de impacto comercial da franquia segue gigantesco.

A força e o desafio de uma franquia de 22 anos

É importante lembrar que Call of Duty é uma das séries mais longevas e lucrativas da história dos videogames. São 22 anos de franquia, milhões de cópias vendidas e uma base de fãs global. Ainda assim, os números recentes mostram que nem mesmo gigantes estão imunes às mudanças do mercado.

O modelo de lançamento anual, que por muito tempo garantiu relevância constante, começa a mostrar sinais de desgaste. Jogadores pedem novidade, inovação e experiências mais duradouras — algo que outras franquias, como Battlefield e Apex Legends, têm tentado oferecer de forma diferente.

Além disso, a chegada de Black Ops 7 ao Game Pass pode estar mudando a forma como a Activision mede sucesso. Em vez de se basear apenas em vendas diretas, o foco pode estar migrando para retenção de assinantes e engajamento dentro da plataforma.

O verdadeiro desafio da Activision e da Microsoft

Mais do que vender cópias, o desafio agora é manter a chama acesa. O público de Call of Duty é exigente e acostumado a grandes momentos, tanto no multiplayer quanto nas campanhas cinematográficas. Se as novidades não forem significativas, o risco é que a franquia comece a perder relevância — mesmo continuando lucrativa.

Ao mesmo tempo, o modelo de assinatura muda completamente o jogo (sem trocadilhos). Se cada novo Call of Duty estiver incluído no Game Pass, muitos jogadores deixarão de comprar o título, o que naturalmente faz as vendas parecerem mais fracas — mesmo com milhões de pessoas jogando.

Call of Duty: Black Ops 7 pode ter vendido menos, mas isso não significa que a franquia está em decadência. O cenário atual dos games mudou — e o sucesso hoje é medido em engajamento, não apenas em vendas.

Ainda assim, ver uma queda de mais de 50% em relação ao título anterior é um sinal claro de que a série precisa se reinventar. O nome Call of Duty ainda carrega peso, mas o público está em busca de experiências novas, emocionantes e menos previsíveis.

No fim das contas, a franquia segue firme — mas o mercado está mandando um recado: é hora de inovar.

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