Onde os ventos se encontram: PS5 é vasto e em risco de colapso

Após cerca de 20 horas jogando, podemos dizer que Where Winds Meet só nos apresentou a ponta do iceberg. Pensamos até em escrever uma pré-avaliação, mas logo ficou claro que a dimensão do jogo é bem maior do que o tempo que tivemos antes do lançamento.

Antes de qualquer coisa, é importante falar sobre o que você precisa saber: este jogo gratuito da gigante chinesa NetEase tem uma proposta impressionante. Estamos falando de uma epopeia histórica com 150 horas de conteúdo, incluindo recursos tanto para o modo single player quanto para o multiplayer no estilo MMO. E o melhor de tudo? Não custa nada.

Monetização e Construção do Jogo

Ainda não temos certeza de como será a monetização, já que a funcionalidade estava majoritariamente desativada na versão que testamos. O que sabemos até agora é que deve ser focada em itens cosméticos e Battle Passes. Existe um sistema de gacha, mas, ao que parece, ele servirá apenas para roupas e itens de personalização.

Se parece que estamos um pouco indecisos, é porque essas informações são tão complexas que ainda estamos nos adaptando a tudo isso. Durante o teste, percebemos vários bugs, desde comandos de botões errados a falhas de diálogo e legendas desconfiguradas. Embora tenhamos reportado tudo para a NetEase, e eles nos disseram que muitas dessas falhas serão corrigidas, ainda não sabemos o que exatamente será resolvido até o lançamento.

Explorando o Mundo do Jogo

Mas tem algo potencialmente incrível nesse projeto, se a desenvolvedora Everstone Studios conseguir unir todas as ideias e polir o resultado final. O jogo nos lembrou de Ghost of Tsushima, especialmente na vasta área inicial, Qinghe, que transmite uma sensação de liberdade semelhante à que encontramos no jogo da Sucker Punch.

E não é só isso: Where Winds Meet também tem a densidade de um título recente de Assassin’s Creed ou até dos RPGs da Bethesda, com uns 10.000 NPCs que dão vida a cada cidade e acampamento que encontramos.

Em uma área mais avançada, Kaifeng nos apresenta a uma cidade do século X, cheia de visões, sons e histórias. Você pode escolher como quer jogar: foca no single player ou quer aproveitar o multiplayer? Prefere ser guiado para pontos de interesse ou gosta de desbravar por conta própria? E quanto à dificuldade do combate, como você prefere?

Essas opções podem ser ativadas ou desativadas no início do jogo e ajustadas ao longo da jornada. Nós, por uma questão de tempo, optamos por um guia mais presente e focamos no single player, mas acharíamos ótimo explorar tudo sem muita interferência.

A História e Seus Desdobramentos

A trama começa com o roubo de um pendente de jade que você usava desde a infância. Esse evento dá início a uma série de segredos que mergulham na história das Cinco Dinastias e Dez Reinos da China. Se você é fã desse tipo de narrativa, vai se sentir à vontade aqui.

O jogo é denso. Diversos objetos podem ser escaneados e adicionados ao seu compêndio com contexto histórico. A interface, um verdadeiro labirinto de modos, árvores de habilidades e itens, pode ser um pouco avassaladora. Mesmo nós nos sentimos sobrecarregados com tantas possibilidades e acreditamos que precisaremos de mais 30 a 50 horas para compreender tudo.

As missões estão divididas entre a campanha principal e os Fractured Tales, que são como side quests, enriquecendo o mundo do jogo. Controlar tudo isso pode ser uma tarefa assustadora, mas reforça a ideia de que você vive em um lugar real.

Combate e Estilo Visual

No combate, você tem uma variedade de armas, desde espadas e lanças até opções mais criativas como guarda-chuvas e dardos com corda. Com o diretor de cinema de Hong Kong, Stephen Tung Wai, ajudando na coreografia, você pode esperar um visual estiloso, similar ao de um filme.

O estilo de combate é mais próximo de jogos como Stellar Blade do que de Dark Souls. Você tem uma barra de stamina e pode ficar atordoado se esgotá-la. Nós jogamos na dificuldade mais fácil e encontramos o sistema bem ágil, mesmo com algumas falhas.

As habilidades também podem ser atribuídas a teclas de atalho, permitindo que você lance movimentos poderosos a cada poucos segundos. No entanto, isso pode gerar críticas de jogadores que buscam uma ação mais imediata, já que há um ar de MMO no sistema.

Multijogador e Imersão

Focamos nas missões single player, então não conseguimos testar o multiplayer online. Mas referências a outros jogadores estão por toda parte, aparecendo como notas que indicam segredos ou dicas – até mesmo trollagens em alguns casos.

As cutscenes, embora não sejam as melhores do mundo, são notáveis e frequentes para um jogo gratuito. A atuação em inglês deixa a desejar e as legendas na versão que jogamos não estavam sincronizadas. Por isso, recomendamos jogar em chinês, mesmo que você possa perder parte do contexto se o texto não estiver corrigido.

Reflexões Finais

As missões capturam a rotina da vida chinesa no século X, misturando isso com a adrenalina de um filme de ação no estilo wuxia. É uma combinação interessante, mas é difícil saber quanto tempo levará para que o jogo alcance seu verdadeiro potencial. A versão que testamos ainda não parecia finalizada, e algumas funcionalidades não estavam funcionando como deveriam.

Estamos cautelosos de que existem muitos problemas a serem corrigidos até o lançamento. Mas, se tivéssemos que resumir nossa experiência até aqui: é ousado, ambicioso e absolutamente envolvente.

Por toda visão potencial, há algumas falhas. Resta saber se a Everstone conseguirá polir o jogo até onde ele precisa chegar.

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