NVIDIA DGX Spark emula Cyberpunk 2077 e jogos de PS3 e Xbox

A NVIDIA está chamando atenção com o seu novo mini supercomputador, o DGX Spark. Inicialmente criado para tarefas de inteligência artificial, ele agora também está demonstrando ser capaz de rodar jogos complexos e emuladores. Essa descoberta veio à tona através de entusiastas que compartilharam seus resultados em vídeos e postagens nas redes sociais.
Um dos destaques é que esse pequeno dispositivo conseguiu rodar Cyberpunk 2077 e jogos de PlayStation 3 e Xbox por meio de emulação. Isso é impressionante, considerando que o equipamento usa uma arquitetura ARM ao invés da tradicional x86 que a maioria dos PCs possui. Essa mudança pode aumentar a eficiência energética e, mesmo assim, o Spark mostra um desempenho robusto, graças à combinação do seu hardware inovador e software adaptado.
A força do Grace Blackwell
O modelo em destaque, o MSI Expert Edge, é um dos primeiros a utilizar o DGX Spark comercialmente. Ele é equipado com um SoC ARM de 20 núcleos, divididos entre dez núcleos Cortex-X925 e dez A725. Além disso, tem 128 GB de RAM unificada, com um barramento de 256 bits, alcançando uma largura de banda de 253 GB/s.
Essa máquina é baseada na tecnologia Grace Blackwell da NVIDIA, a mesma utilizada nas GPUs mais novas dedicadas à inteligência artificial. O dispositivo usa o DGX OS, uma versão personalizada do Ubuntu, especialmente ajustada para tirar o máximo proveito do ecossistema da NVIDIA. Isso inclui suporte nativo a ferramentas como CUDA X, ComfyUI e Open WebUI, criando um ambiente ideal para testes de machine learning e desenvolvimento local.
Cyberpunk 2077 em ARM? Sim, é possível!
Uma das maiores surpresas foi a execução de Cyberpunk 2077, que foi relatada em um post no Reddit. Um usuário conseguiu instalar o jogo utilizando o software Box64, que traduz instruções de x86 para ARM. Ele relatou que o jogo roda a cerca de 50 fps em 1080p, com uma performance estável.
O processo envolveu compilar o Box64 e reiniciar alguns serviços do sistema. Como o próprio jogador comentou: “Estou conseguindo 50 fps médios em 1080p, a estabilidade é realmente boa. Tive algumas quedas, mas no geral é totalmente jogável.” É incrível pensar que tudo isso ocorre sem uma GPU dedicada para jogos, apenas com uma arquitetura voltada para computações científicas.
Além de Cyberpunk, o mesmo criador testou também o emulador RPCS3 para PlayStation 3 e o XMU voltado para o Xbox original. O desempenho foi igualmente surpreendente: o RPCS3 manteve 60 fps em 1080p com Skate 3, enquanto o XMU alcançou 30 fps sustentados em Forza Motorsport. Isso sem contar que não houve otimizações específicas para o chip ARM.
Poder das miniestações de IA
Apesar de seu tamanho compacto, semelhante a um mini PC, o DGX Spark foi projetado para tarefas de IA e Data Science. Ele pode ser conectado a outros módulos através da tecnologia ConnectX-7 de 200 Gbps, permitindo formar redes de processamento distribuído sem a necessidade de switches.
Embora a NVIDIA não o comercialize como um produto para o consumidor final, a comunidade de desenvolvedores e modders já está explorando novas possibilidades para essa plataforma. Isso demonstra como o futuro pode estar em arquiteturas menores e mais eficientes.
Um novo paradigma entre IA e entretenimento
Os resultados desse experimento com o DGX Spark mostram que os limites entre a computação de IA e os jogos estão se tornando cada vez mais tênues. Em uma era em que gráficos avançados e modelos de linguagem ocupam o mesmo espaço nas GPUs, o fato de um supercomputador compacto conseguir rodar Cyberpunk 2077 de forma fluida é um indicativo do que podemos esperar do futuro do hardware.


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