PS6 e Project Amethyst: Sony e AMD anunciam avanços em gráficos

A Sony lançou um vídeo no YouTube intitulado From Project Amethyst to the Future of Play, em que Mark Cerny, arquiteto-chefe da linha PlayStation, e Jack Huynh, executivo da AMD, compartilham novidades sobre tecnologias que estão sendo desenvolvidas em conjunto. Essas inovações visam mostrar o que podemos esperar do futuro, especialmente do que pode vir a ser o PlayStation 6. No entanto, ainda estão em fase experimental.

Durante a conversa, Cerny e Huynh destacam que a abordagem atual já não se baseia apenas em “força bruta”. O foco está em criar um hardware que se integre melhor com a inteligência artificial, técnicas de upscaling e rastreamento de luz, tudo isso para tornar os jogos mais realistas sem pressionar tanto os componentes internos.

Três pilares tecnológicos do Project Amethyst

1. Neural Arrays: união entre unidades de cálculo

As GPUs tradicionais dividem as tarefas entre unidades de processamento, o que funciona bem para gráficos padrão, mas não se adapta tão bem a operações de redes neurais. Com os Neural Arrays, essas unidades passam a se comunicar mais eficientemente, formando um motor coeso de inteligência artificial que processa grandes áreas da tela simultaneamente. Esse avanço promete um desempenho melhor em técnicas de upscaling e reconstrução de imagens, com menos latência e melhor manipulação de dados.

2. Radiance Cores: hardware dedicado ao raio de luz

As tecnologias de ray tracing e path tracing demandam muito poder de processamento, pois precisam calcular a trajetória dos raios de luz em um cenário e aplicar sombreamento, texturas e reflexos. Os Radiance Cores surgem como uma solução, dedicando um bloco especializado para cuidar da travessia dos raios, permitindo que outras unidades se concentrem mais no sombreamento. Isso torna a renderização mais modular e capaz de entregar visuais cinematográficos em tempo real.

3. Universal Compression: compactar tudo, de forma seletiva

Atualmente, técnicas como a Delta Color Compression ajudam a reduzir o tráfego de memória para texturas e cores. O novo sistema, chamado Universal Compression, fará uma avaliação de cada dado que passa pela pipeline gráfica e o comprimirá sempre que possível. Isso deve aumentar a largura de banda da GPU, permitindo gráficos mais detalhados com menos consumo de energia e frames mais estáveis.

“Ainda é cedo, mas os resultados já impressionam”

Cerny menciona no vídeo que, apesar de essas tecnologias ainda estarem em simulação, os resultados têm sido promissores. Essa afirmação reflete a disposição da Sony e da AMD em transformar essas ideias em algo real para novas gerações de consoles.

Impactos esperados

As inovações têm potencial para trazer uma série de melhorias:

  • Qualidade visual elevada: Ao delegar tarefas de IA e ray tracing a módulos específicos, o sistema principal poderá operar com mais liberdade.

  • Eficiência energética otimizada: Com uma compactação inteligente e uso seletivo de hardware especializado, o equilíbrio entre desempenho e consumo de energia deve melhorar bastante.

  • Desempenho escalável: Tecnologias de upscaling e reconstrução gráfica têm tudo para funcionar melhor em resoluções como 4K, sem exigir uma GPU muito maior.

  • Convergência entre plataformas: A AMD indica que essas inovações poderão ser aplicadas não apenas no PlayStation, mas também em PC e servidores.

Cronograma e expectativas para o PS6

Cerny sugere que devemos esperar um tempo até que essas tecnologias estejam totalmente prontas, o que pode indicar que o PS6 chegaria em 2027 ou 2028, já que a atual geração começou em 2020 e passou por diversas atualizações.

Caminho aberto para desenvolvedores

Outro ponto importante é a coengenharia entre Sony e AMD. Ambas as empresas vão trabalhar em arquiteturas de IA que os desenvolvedores poderão usar em diferentes plataformas, facilitando a transferência de algoritmos entre consoles, PCs e servidores.

Apesar de todas essas promessas, ainda há desafios a serem superados. A transição das simulações para hardware real, a estabilidade em jogos, a otimização de memória e a compatibilidade com diferentes engines ainda requerem bastante trabalho.

Uma nova era para o “play”

O Project Amethyst é uma apresentação de ideias ousadas que podem desenhar o futuro do entretenimento interativo. Se tudo isso se concretizar, o PS6 poderá trazer inovações em renderização, inteligência artificial e eficiência energética que transformarão nosso jeito de jogar.

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