Compra da Electronic Arts avaliada em US$ 20 bilhões, diz analista

Confirmada no final de setembro, a venda da Electronic Arts para um consórcio de investidores privados trouxe à tona uma situação alarmante, descrita como uma verdadeira “bomba-relógio” pela Alinea Analytics. O analista Rhys Elliott ressaltou que a empresa está lidando com uma dívida colossal de 20 bilhões de dólares, algo que pode comprometer o futuro da companhia e a segurança de seus funcionários.
Elliott destacou que, em um primeiro momento, a venda pode ser uma boa notícia para os investidores que já possuem ações da EA. Se a transação receber o aval das autoridades regulatórias, esses investidores estão na expectativa de lucros consideráveis. É uma situação em que alguns podem sair ganhando, enquanto a saúde da empresa a longo prazo suscita preocupações.
Para os colaboradores da Electronic Arts, a perspectiva é um pouco mais complexa. Aqueles que possuem contratos com participação acionária podem se beneficiar, mas a maioria deverá enfrentar um cenário desafiador. O que se desenha é um possível aumento nas demissões e cortes em áreas que são vistas como não essenciais dentro da empresa.
Perspectivas sombrias para a Electronic Arts
O futuro não parece encorajador, segundo Elliott. Com a pressão constante de pagar as dívidas, a necessidade de ajustes financeiros parece ser uma prioridade. Embora o Fundo Soberano da Arábia Saudita esteja envolvido, a principal ideia é que a empresa deverá cortar gastos, priorizando apenas suas franquias esportivas e os jogos como serviço que trazem melhores lucros.
Projetos mais arriscados ou que demandam mais tempo de desenvolvimento podem ser abandonados, levando a demissões em massa. Essa estratégia pode impactar negativamente a criatividade e a inovação que a Electronic Arts sempre prometeu aos seus fãs.
Além disso, o analista tem sérias preocupações sobre a perda de talentos. Muitos profissionais que não se sentirem confortáveis em trabalhar sob a nova estrutura acionária podem optar por deixar a companhia. Estúdios renomados, como a BioWare e a Motive, estão na mira; podem ser fechados ou ter suas propriedades intelectuais vendidas, caso surjam oportunidades atrativas.
Elliott comparou essa situação a um “banho de sangue”, embora não do mesmo nível que o ocorrido com a Toys R Us. Ele explicou que mudanças profundas na estrutura organizacional são comuns em aquisições desse tipo, e a tendência é que surjam cortes que podem deixar a empresa com muitas linhas vermelhas em seu quadro operacional.
Além disso, é importante notar que essa movimentação é um dos passos mais ousados para a Arábia Saudita no universo dos games, que já possui investimentos em empresas como Capcom, Nintendo, SNK e muitas outras. Fica claro que, enquanto alguns veem oportunidades, outros enfrentam a insegurança em um mercado que é caracterizado por incertezas constantes.
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