Demissões e uso de IA marcam compra da Electronic Arts

Na última segunda-feira (29), a Electronic Arts anunciou um acordo para ser comprada por US$ 55 bilhões por um grupo de investidores privados. Com essa mudança, a empresa vai deixar de ter suas ações na bolsa e passará a responder a um número pequeno de acionistas.
Embora essa notícia tenha gerado comemorações, não significa que a EA está voltando aos seus “bons tempos”. De acordo com informações do The Financial Times, o objetivo dos novos investidores é aumentar rapidamente a lucratividade da companhia, o que pode incluir um uso intensivo de tecnologias de inteligência artificial.
Com a mudança, a EA deverá concentrar seus esforços em um número reduzido de franquias, o que pode colocar em risco outras marcas que têm seu público fiel, como BioWare e o futuro de Mass Effect. Enquanto títulos como EA Sports FC, Madden, Battlefield e The Sims devem permanecer em produção, há preocupações sobre o que acontecerá com estúdios menores.
Jason Schreier, da Bloomberg, comenta que essa nova fase da EA pode resultar em demissões significativas e um foco ainda maior em cortar custos. Um dos principais motivos para isso é que a compra foi financiada por um empréstimo de US$ 20 bilhões feito pela JPMorgan Chase. A EA terá que arcar com essa dívida, tendo que abater US$ 18 bilhões assim que a transação for concluída.
Ele descreve que essa situação pode levar a “grandes demissões, monetização mais agressiva e outras medidas drásticas”, destacando que os custos com juros podem atingir centenas de milhões de dólares por ano. Para se ter uma ideia, essa dívida é quase quatro vezes maior do que o que foi gasto na aquisição da Toys R Us, e muitos conhecem o desfecho dessa história.
Por outro lado, Joost van Dreuner, ex-CEO da SuperData, tem uma perspectiva um pouco mais otimista. Ele acredita que a participação do Fundo Soberano da Arábia Saudita pode trazer alívio para a Electronic Arts, ajudando a suavizar a pressão em suas operações e no crescimento futuro.
Esse fundo é famoso por investir quantias substanciais para se tornar líder de mercado. Apesar da liderança da EA afirmar que não haverá mudanças drásticas nas operações, já vimos como empresas como Activision Blizzard e Bethesda enfrentaram transformações inesperadas após aquisições de grande porte.
Essa nova fase pode trazer muitas mudanças, e os próximos meses serão cruciais para entender como a Electronic Arts se adaptará a essa nova realidade.
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