É hora de brilhar em Yakuza Kiwami 3 e Dark Ties

Você nunca esquece o seu primeiro jogo.

E, quando falamos de Ryu ga Gotoku, muitos de vocês provavelmente conheceram a série pela primeira vez em Yakuza 3. É que, pelo menos no Ocidente, foi o primeiro título da franquia lançado no PS3, a plataforma da época.

O que gerou polêmica foi que, na locação de 2010, alguns conteúdos foram cortados, incluindo o minijogo dos clubes de hostess. A SEGA comentou que isso aconteceu devido a limitações de tempo e à falta de confiança na franquia, que ainda era bastante nichada. Mas, na remasterização de Yakuza 3 para PS4, em 2019, essas atividades retornaram, e agora temos a expansão Yakuza Kiwami 3 & Dark Ties para ampliar ainda mais essa aventura.

Recentemente, tivemos a oportunidade de jogar cerca de 20 minutos do novo DLC Dark Ties no Tokyo Game Show. Para ser sincero, é sempre complicado avaliar o valor de uma prévia de um jogo desse estilo. A grande notícia é que ele mantém a essência de Yakuza, mesmo com a transição para uma nova engine.

Se você jogar o Yakuza 3 original hoje em dia, perceberá que ele está bem datado. Portanto, apresentá-lo na Dragon Engine é uma ótima maneira de revitalizar a experiência, mesmo que isso tenha gerado algumas mudanças controversas no elenco.

O que é Dark Ties?

Dark Ties é uma história lateral que retrata a ascensão de Yoshitaka Mine, o principal vilão de Yakuza 3. Durante a parte que jogamos, encontramos esse empresário perfeitamente estilizado passando por uma crise de meio de vida, com uma obsessão pouco saudável pelo durão Daigo Dojima, do Clã Tojo.

Em resumo, Mine decide se unir a Tsuyoshi Kanda, um ex-presidiário, e a ação começa quando ele chega a Kamurocho, ansioso para aproveitar as atrações da área. Sem dinheiro, Kanda avista uma beleza passando e, de forma bem repulsiva, tenta puxá-la para um beco. É aí que Mine intervém, mostrando seu estilo de luta.

Durante a demonstração, notamos dois mecanismos chave: ao segurar o botão de ataque, Mine pode saltar sobre o peito do adversário, usando-o como trampolim para ataques aéreos devastadores. Além disso, conforme vai lutando, ele constrói suas habilidades de “Despertar Sombrio”, que lhe permitem liberar corações do medidor de saúde e entrar em sobrecarga.

Atividades de sandbox e retorno a Okinawa

A demo também nos deixou explorar atividades adicionais de Dark Ties, como karaoke e a cabine de fotos no Clube SEGA. Uma curiosidade: você sabia que a Atlus fazia esses arcades? Pois é, é verdade!

Voltando à nossa experiência, também tivemos um breve passeio por Okinawa, onde testamos a campanha principal. Para quem jogou o original, vai lembrar que as primeiras horas giram em torno de Kazuma Kiryu administrando o orfanato Sunshine à beira-mar. Na época, achamos que era uma boa introdução, mas, ao revisar, talvez tenha sido um pouco lenta demais.

A SEGA não deve mexer no ritmo do original, mas espera-se que o novo estilo de combate, Ryukyu, traga essa variedade que estava faltando. Nesta nova versão, Kiryu pode usar diferentes armas, todas inspiradas na história de Okinawa.

A jogabilidade é divertida e o combate se beneficia dos 15 anos de refinamento que a SEGA fez desde o lançamento do Yakuza 3 original. Mas é bom avisar: quem tem um carinho especial pela versão do PS3 pode não gostar de algumas mudanças no elenco, principalmente no caso do personagem Rikiya, que ganhou um novo modelo baseado no dublador Sho Kasamatsu, perdendo um pouco daquela inocência retratada antes.

Para nós, que jogamos muitos títulos da série ao longo dos anos, não nos incomodamos tanto com essas mudanças. Mas, cada um tem sua própria ligação com os jogos. Acreditamos que a SEGA vai fazer um bom trabalho. Do que jogamos, parece uma boa reinterpretação de um dos títulos mais memoráveis da franquia.

A verdade é que, mesmo que a série não tenha muitas surpresas ultimamente — exceto pelas excelentes versões RPG, é claro —, elas costumam ser agradáveis e confiáveis. E, com a expansão Dark Ties inclusa, você acaba tendo um bom custo-benefício.

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