Análise de Borderlands 4 (PS5) | Push Square

Borderlands é uma franquia que já passou dos 15 anos e atravessou gerações de consoles, e como qualquer longa trajetória, sua história tem altos e baixos. A estreia do novo jogo, Borderlands 4, se dá em um cenário onde a expectativa é alta, especialmente após um spinoff do Tiny Tina morno, o decepcionante New Tales from the Borderlands e um filme que não conseguiu conquistar o público.
Dito isso, o novo título traz uma proposta interessante ao retornar à essência da série. Ele se apresenta com uma mecânica familiar, mas a grande novidade é um mundo aberto que promete mudar a forma como jogamos. As missões não requerem mais correr de volta aos pontos de viagem rápida para serem concluídas. Agora, todas as viagens podem ser feitas a partir do mapa, e as missões completadas não precisam mais ser entregues.
A inclusão do mundo aberto realmente melhora o ritmo do jogo. Aquelas longas viagens em veículos, que muitas vezes deixavam o jogador entediado, foram substituídas por uma mecânica que permite chamar o veículo instantaneamente em qualquer lugar, tornando a exploração mais dinâmica e cheia de ação.
Infelizmente, essa nova abordagem vem com um preço: problemas de desempenho. Essa transição para a Unreal Engine 5 não foi muito gentil com os consoles, resultando em quedas de frame rate que se tornam frequentes em batalhas mais intensas. O jogo flui bem em ambientes menores, mas a situação complica nos momentos mais caóticos, quando a tela está cheia de efeitos e movimentos.
Fora isso, a fórmula clássica de loot e combate permanece, com algumas melhorias. O tiro está um pouco mais assertivo e os itens gerados aleatoriamente têm mais variáveis disponíveis. Apesar de a empolgação do loot diminuir com o tempo, a progressão ainda fornece uma dose satisfatória de dopamina, mesmo conforme o jogador avança para o final do jogo.
As opções de construção são amplas, com quatro personagens jogáveis e três árvores de habilidades distintas para cada um. A possibilidade de redefinir as habilidades é acessível e favorece a experimentação, especialmente quando se recebe uma nova arma lendária. As novas habilidades de movimento, como um gancho de barra, deslize e dash, trazem uma pitada de variedade, mas não são tão impactantes quanto poderiam ser.
Além disso, os confrontos com chefes principais são um dos destaques. Com um design mais próximo de lutas de MMO, os ataques ficam mais claros, dando ao jogador a chance de se esquivar e contra-atacar de maneira eficiente.
Na parte narrativa, Borderlands 4 se sente mais como um recomeço do que uma sequência direta. O jogo se passa em um novo planeta e traz um vilão onipresente chamado Timekeeper. A história permite um ótimo ponto de entrada para novos jogadores, mas sem deixar de acenar para aqueles que já têm familiaridade com a franquia.
Os elementos de humor ainda estão presentes. As missões laterais são repletas de situações absurdas que muitas vezes superam a própria narrativa principal, que está mais centrada em preparar grandes combates e desenvolver a história da série.
Porém, uma mudança que não caiu bem foi a simplificação da interface do usuário. O design interessante dos menus que antes aparecia dentro do mundo deu lugar a uma interface genérica que não fornece a mesma imersão. Agora, é preciso arrastar um cursor pela tela, tornando a navegação um pouco mais lenta.
Com todas essas novidades e desafios, Borderlands 4 se esforça para ser uma experiência renovada e familiar ao mesmo tempo, trazendo um balanço que pode agradar tanto novos jogadores quanto fãs da velha guarda.
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