Desenvolvedores comentam impacto do Xbox Game Pass na PS Plus

A conversa sobre a sustentabilidade do Xbox Game Pass ganhou bastante destaque nos últimos dias. Recentemente, o jornalista Chris Dring trouxe alguns pontos interessantes sobre a economia por trás desse modelo. Enquanto Phil Spencer, chefe da Xbox, afirma que o serviço é “lucrativo”, Dring explica que essa conta não inclui tudo que realmente pesa no orçamento, como os custos das produções de jogos de primeira linha.
Esses jogos estão disponíveis para os assinantes assim que são lançados, mas pelo que Dring observa, essa parte dos custos não está sendo considerada nos lucros. Ele menciona que, embora o serviço possa colocar uma quantidade considerável de dinheiro no caixa, isso não leva em conta a receita perdida que os estúdios de primeira linha estão enfrentando. Afinal, se os jogos ficam disponíveis no Game Pass desde o primeiro dia, as vendas em preço cheio podem sofrer. É como se este desconto instantâneo tirasse um dinheirinho do bolso dos desenvolvedores.
Os desenvolvedores de títulos como Compulsion Games e Ninja Theory deveriam receber uma compensação por incluir seus jogos no Game Pass. No entanto, Dring sugere que esses valores muitas vezes não são contabilizados na verdadeira rentabilidade do serviço, levantando dúvidas sobre se ele realmente é rentável.
Recentemente, a Microsoft demitiu mais de 9 mil funcionários, impactando bastante a divisão Xbox. Em discussões sobre essa situação, Raphael Colantonio, fundador da Arkane Studios, levantou uma questão importante ao dizer que o Game Pass é uma "modelo insustentável que vem prejudicando a indústria". Esse tipo de crítica gerou um bom debate nas redes sociais, trazendo à tona experiências de outros desenvolvedores.
Colantonio afirmou que essa estratégia de operação pode parecer vantajosa com o "$$$ infinito" da Microsoft, mas que, em algum momento, a realidade teria que ser enfrentada. Ele propõe que o Game Pass não pode coexistir com outros modelos de negócios – ou levará todos à falência, ou não sobreviverá. Michael Douse, da Larian Games, deu continuidade a essa discussão, ressaltando que embora o modelo possa ajudar estúdios menores, a abordagem da Sony, que adiciona jogos mais tarde ao subscription, parece mais sólida.
Jim Ryan, ex-CEO da Sony, também se expressou criticamente sobre o modelo do Game Pass, destacando que os altos custos de desenvolvimento de novos jogos não permitem a inclusão imediata em serviços de assinatura. Essa resistência a seguir o mesmo caminho do Game Pass se mostra, até agora, uma decisão bem pensada.
Uma análise de mercado publicada essa semana indica que menos de 5% das vendas de The Elder Scrolls 4: Oblivion Remastered ocorreram em plataformas Xbox na Europa. Esse dado revela uma fraca presença do console da Microsoft no mercado, o que pode estar muito ligado ao modelo do Game Pass e suas possíveis repercussões nas vendas a preço total.
Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas sobre a viabilidade do Game Pass em longo prazo, mas é cada vez mais claro que a estratégia mais cautelosa da Sony em relação a jogos de assinatura tem se mostrado eficaz até agora. As evidências sugerem que, para muitos desenvolvedores e para a saúde do mercado de jogos, o caminho da Sony pode ser o mais sustentável.
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