Assassin’s Creed – Mundo aberto PREJUDICOU a franquia?

Lá em 2007, quem jogava Assassin’s Creed pela primeira vez sentia algo mágico: escalar prédios, pular entre telhados e explorar cidades históricas era uma revolução. Para muitos, foi a primeira vez que um jogo ofereceu tanta liberdade — e isso moldou toda uma geração de gamers.
Hoje, quase 20 anos depois, a série ainda existe, com visuais mais bonitos e mapas absurdamente maiores. Mas a pergunta que não quer calar é: essa evolução realmente fez bem à franquia?
Quando escalar uma torre era tudo que importava
A Ubisoft foi uma das grandes responsáveis por popularizar os jogos de mundo aberto. A mecânica de subir em torres para revelar o mapa virou até piada de tão repetida — não só em Assassin’s Creed, mas também em Far Cry, Watch Dogs e outros títulos da casa.
O problema é que, com o tempo, essa liberdade começou a pesar. O que antes parecia uma dádiva, hoje soa como uma obrigação: desbloquear regiões, perseguir ícones no mapa, completar tarefas genéricas. A simplicidade se perdeu.
Onde foi parar o coração da história?
Apesar de amarmos a jogabilidade stealth e o visual deslumbrante de Assassin’s Creed Shadows, há uma sensação persistente de vazio. A narrativa ainda está ali, sim, mas ofuscada por um mundo aberto que parece cada vez mais inchado e menos envolvente.
Os momentos que mais brilham no novo jogo, por exemplo, são os flashbacks da personagem Naoe — cenas mais lineares, intimistas e com foco emocional. É nesses trechos que a conexão com a história realmente acontece.
Então a pergunta é inevitável: por que esses momentos não são o centro da experiência?
A liberdade perdeu o foco?

Há quem diga que o sucesso de Origins, Odyssey e Valhalla justifica o foco em mapas gigantescos e dezenas de horas de conteúdo. E sim, todos eles têm seu mérito. Mas será que ainda estamos jogando por prazer… ou por hábito?
A verdade é que, mesmo com todos os recursos técnicos da nova geração, o que nos prende num jogo não é o tamanho do mapa — é o significado por trás de cada passo.
Talvez, ao tentar ser “maior e melhor” a cada lançamento, Assassin’s Creed tenha deixado de lado aquilo que o tornava especial: a capacidade de contar histórias com alma.
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Um futuro diferente para a franquia?
Não é uma questão de abandonar o mundo aberto, mas sim de encontrar um equilíbrio. De lembrar que nem toda grande aventura precisa de 100 horas de duração para ser marcante.
Se Assassin’s Creed quiser voltar a emocionar como antes, talvez o caminho não seja ampliar horizontes… e sim olhar para dentro.
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