Nos dias de hoje, parece que todo grande jogo AAA se passa em um mundo aberto. Vivemos na era da imersão, com desenvolvedores criando ambientes realistas que nos permitem escapar do cotidiano e explorar vastos universos virtuais.
No entanto, a jornada dos mundos abertos começou bem antes, nos primórdios dos videogames, onde os desenvolvedores testavam os limites da tecnologia para criar experiências tão vastas quanto possível.
Aqui, revisamos alguns dos jogos de mundo aberto mais memoráveis do PlayStation original, que provaram ser pioneiros em um gênero que continua a evoluir até hoje.
Tail of the Sun
Tail of the Sun, desenvolvido pela Artdink, é um dos títulos mais criativos da era do PlayStation. No comando de um homem das cavernas, os jogadores exploram uma grande ilha em busca de recursos para sobreviver.
A jogabilidade é focada em reunir alimentos, caçar animais e até dormir para manter a tribo viva e prosperando. Sem objetivos claros ou direções definidas, o jogo desafia os jogadores a descobrirem seu propósito enquanto exploram livremente, um conceito que ressoa com muitos dos sandboxes modernos.
Urban Chaos
Urban Chaos é um título de ação e aventura que coloca os jogadores no papel de uma policial novata em Union City. O jogo se passa em 24 níveis principais e quatro bônus, cada um em diferentes áreas da cidade, onde você precisa manter a lei e combater gangues criminosas.
Com uma mecânica de jogo que valoriza a percepção pública das suas ações, é essencial equilibrar entre prender criminosos e evitar o uso excessivo de força, mostrando que as consequências de suas escolhas afetam a narrativa.
Batman & Robin
Lançado em 1998, Batman & Robin foi uma das tentativas mais ambiciosas de colocar o Cavaleiro das Trevas em um mundo aberto. No jogo, você pode escolher entre Batman, Robin ou Batgirl, cada um com seu veículo próprio para combater o crime em Gotham City.
O que torna o jogo especialmente imersivo é que os eventos na cidade seguem um cronograma, independentemente da sua intervenção. Esse aspecto de tempo real adiciona uma camada de urgência e realismo ao jogo, incentivando os jogadores a agirem rapidamente para prevenir crimes.
LEGO Island 2: The Brickster’s Revenge
Antes de Emmet Brickowski dominar as telonas, LEGO Island 2: The Brickster’s Revenge permitia aos jogadores explorar grandes ambientes LEGO como Pepper Roni, um entregador de pizza.
O jogo oferece uma experiência familiar e divertida, onde você começa entregando pizzas em troca de blocos para construir sua casa, mas rapidamente se vê em uma missão para parar o Brickster de destruir a ilha. Com uma série de mini-jogos e puzzles, LEGO Island 2 mantém o espírito criativo e aventureiro dos jogos LEGO.
Legacy of Kain: Soul Reaver
Legacy of Kain: Soul Reaver, sequência de Blood Omen: Legacy of Kain, é um metroidvania 3D que desafia os jogadores com vastos ambientes e a ausência de um mapa. Sem essa conveniência, o jogo força os jogadores a se imergirem completamente no mundo sombrio de Nosgoth, memorizar o layout e explorar cada canto.
O jogo se destaca pelos seus gráficos impressionantes para a época, um combate fluido e uma atmosfera gótica que captura perfeitamente o tom da série.
Driver
Driver, lançado em 1999 pela Reflections Interactive, foi um dos primeiros jogos a oferecer uma experiência de condução em mundo aberto no PlayStation.
No papel de Tanner, um ex-piloto de corrida que agora trabalha como detetive disfarçado, os jogadores são jogados em missões intensas de perseguição e infiltração nas ruas de cidades icônicas como Miami, Los Angeles, San Francisco e Nova York. O jogo captura a sensação de estar no comando de uma perseguição automobilística ao estilo dos filmes de ação dos anos 70.
A grande inovação de Driver está na liberdade de movimento que proporciona, permitindo que os jogadores dirijam por cidades inteiras sem restrições, desafiando as leis de trânsito e se envolvendo em intensas perseguições com a polícia.
As missões variam de seguir suspeitos sem ser notado até escapar de policiais determinados. Mesmo sem a fidelidade gráfica moderna, Driver impressionou pela escala e pela atmosfera autêntica, oferecendo uma liberdade sem precedentes na época.
Driver 2
Um ano após o sucesso de Driver, a Reflections Interactive lançou Driver 2, expandindo a fórmula do jogo original com novas mecânicas e cenários ainda mais amplos. Em Driver 2, Tanner retorna para uma nova aventura que agora inclui cidades como Chicago, Las Vegas, Havana e Rio de Janeiro.
A maior inovação do jogo é a capacidade de sair do carro, permitindo que os jogadores explorem a pé e troquem de veículo, adicionando uma camada extra de estratégia e liberdade à jogabilidade.
Embora a mecânica de sair do carro tenha sido um grande atrativo, Driver 2 manteve o foco em missões de perseguição intensas e espionagem, com uma narrativa que mergulha ainda mais no submundo do crime organizado.
A adição de ambientes maiores e uma variedade de veículos e missões ajudaram a solidificar Driver 2 como um marco no gênero de jogos de condução em mundo aberto, mesmo que tenha sido criticado por não inovar tanto quanto seu antecessor.
Ambos os jogos Driver e Driver 2 são lembrados por sua capacidade de capturar a essência das perseguições automobilísticas e a liberdade de exploração, sendo precursores de muitos dos conceitos que definem os jogos de mundo aberto de hoje.
SaGa Frontier 2
Diferente da maioria dos JRPGs da época, SaGa Frontier 2 oferece um mundo aberto e não linear para os jogadores explorarem. Situado no mundo de Sandail, o jogo permite que você escolha seu caminho ao longo da história, navegando por ambientes lindamente desenhados no estilo de aquarela.
A liberdade de escolha e o foco na exploração fazem de SaGa Frontier 2 um dos RPGs mais únicos da era do PlayStation, oferecendo uma experiência rica e visualmente impressionante.
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Mesmo com as limitações tecnológicas da época, o PlayStation original nos proporcionou alguns dos primeiros passos no vasto mundo dos jogos de mundo aberto. Títulos como Tail of the Sun, Batman & Robin, e Driver 2 mostraram o potencial de mundos imersivos e exploráveis, pavimentando o caminho para os gigantes do gênero que conhecemos hoje.
Esses clássicos continuam sendo um testemunho do espírito inovador dos desenvolvedores e da infinita curiosidade dos jogadores para explorar o desconhecido.
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